GASTRONOMIA

Publicação internacional destaca gastronomia de Belém como uma das melhores do mundo

Revista reputada Lonely Planet aponta o sabor e a originalidade de ingredientes como o tucupi, o jambu, o açaí, as frutas e os peixes paraenses

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Pará - Belém alcançou um feito inédito e bastante atrativo: foi eleita pela prestigiada revista inglesa Lonely Planet como um dos dez melhores destinos gastronômicos do mundo em 2025. A publicação é a maior editora de guias de viagem do mundo. E, a capital paraense é a única cidade brasileira a figurar na lista, que destaca os locais mais incríveis do planeta para vivenciar experiências culinárias autênticas e memoráveis. Belém já é reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia desde 2015, um título que destaca a autenticidade e a originalidade da culinária local. 

O reconhecimento internacional coloca a gastronomia paraense em evidência no cenário global, valorizando uma culinária que é, ao mesmo tempo, rica em sabores, história e ancestralidade. Segundo a Lonely Planet, “comer em Belém é um ato político e cultural”. A publicação ressalta que a cidade oferece uma imersão única nos ingredientes amazônicos, transformando cada refeição em um verdadeiro ritual de conexão com os saberes e fazeres dos povos da floresta.

“O reconhecimento de Belém como um dos grandes destinos gastronômicos do mundo reforça aquilo que nós, paraenses, já sabemos há muito tempo: nossa culinária é uma das mais ricas, originais e potentes expressões da cultura brasileira. É a floresta servida à mesa, com sabores ancestrais que contam a história dos nossos povos. Esse destaque internacional fortalece o turismo do Pará, impulsiona nossa economia e nos prepara ainda mais para receber o mundo durante a COP 30, mostrando que sustentabilidade também se faz com respeito às raízes e à biodiversidade”, afirma o secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa.

Para o chef Saulo Jennings esse reconhecimento da Lonely Planet é muito importante, sim — mas ele não é só sobre Belém. “Ele é sobre tudo que chega até Belém. A capital é esse grande palco onde as cozinhas do interior do estado se encontram. Aqui a gente sente o sabor do Marajó, do Salgado, do Tapajós, do Xingu, do sul do Pará… Tudo isso desemboca em Belém”, explica.

O chef Arturo Báez comentou: “Já tive oportunidade de experimentar a gastronomia de muitas cidades e estados, e afirmo sem medo de errar que a diversidade de insumos singulares que a floresta amazônica nos proporciona é o principal aspecto que nos faz ter a honra de sermos reconhecidos pela crítica internacional especializada”.

Entre os destaques apontados estão iguarias que encantam pelo paladar e originalidade, como o tucupi, o jambu, o açaí com peixe frito e os sabores intensos de frutas típicas como o cupuaçu e o bacuri. Lugares icônicos como a sorveteria Cairu, complexo do Mercado do Ver-o-Peso e a Ilha do Combu foram mencionados como paradas obrigatórias para quem deseja experimentar o que há de mais autêntico na culinária amazônica.

A matéria também destaca que chefs paraenses também têm contribuído para consolidar essa identidade gastronômica, ao mesclar técnicas contemporâneas com ingredientes nativos, promovendo uma cozinha que respeita às origens e inova com criatividade.

“Belém concentra ingredientes, modos de fazer e histórias que vêm de todas essas regiões. A cidade vira vitrine, mas quem carrega a comida nas costas são os produtores, pescadores, ribeirinhos, agricultores e cozinheiras dessas partes do estado que, muitas vezes, nem têm estrada, mas têm fartura, têm saber, têm floresta. Essa gastronomia que brilha aos olhos do mundo é feita num ciclo bonito: ela nasce nos interiores e ganha forma nas mãos de quem cozinha em Belém, nos mercados, nas feiras, nos restaurantes. E quando a crítica internacional reconhece isso, ela está valorizando uma cadeia inteira”, comenta o chef Saulo.

“Este reconhecimento concedido pela Lonely Planet não apenas exalta os sabores da cidade, como também posiciona Belém como vitrine mundial de uma Amazônia viva, diversa e cheia de sabor, em pleno ano da COP 30”, completa Costa.