Alexandre Nascimento
Expor o protagonismo social e ir contra o estereótipo de violência da Vila Barca, no bairro do Telégrafo, em Belém, por meio de fotos e outras manifestações culturais. É esse o objetivo do projeto “Periferia: imagem, centro e afeto”, realizado no sábado (25), que envolveu os moradores daquela comunidade. A mostra foi contemplada por meio do edital de Incentivo à Arte e Cultura, da Fundação Cultural do Pará 2023 (FCP).
O projeto é coordenado pelo educador Rafael Fernando, que fez a imersão de dois meses com crianças e adolescentes da Vila Barca, envolvendo a produção de imagens fotográficas, que foram ampliadas em grandes dimensões por meio da técnica do lambe e foram estampadas na casas, muros e cercas por toda a Vila da Barca, inclusive pelas palafitas ainda existentes na área.
“Esse projeto resgata os brilhos e é motivo de comemoração para a periferia, pois essas fotos são de artistas da própria Vila da Barca. Por este motivo, é uma forma de expressar que a periferia resiste a todo histórico de violência, exploração, de dominação, que é a forma que ela é estereotipada, mas que se estimulamos a comunidade pela arte é possível ver que a periferia é mais do que qualquer preconceito”, declarou Rafael Fernando.
“Uma prova dessa valorização é que todas as fotos que foram ampliadas e coladas são de pessoas da própria Vila, que exerceram algum protagonismo social na comunidade daqui, sendo uma liderança comunitária, alguém que promove arte e cultura ou qualquer atividade social aos moradores”, completou Rafael.
Participante do projeto, a adolescente Emily Lisboa, 17 anos, se mostrou empolgada com o trabalho, sobretudo pela valorização da Vila da Barca, já que é moradora e liderança juvenil da comunidade. “O projeto nos envolveu, fazendo que a gente conheça mais os moradores e a realidade da nossa Vila. Que, por meio das pessoas que fotografamos, sabemos que aqui existem pessoas do bem e são uma inspiração para nós”, concluiu Emily.