Mais de 90 toneladas de hortifrutis foram doados, ao longo de seis meses, para 31,4 mil famílias atendidas pelo projeto Banco de Alimentos das Centrais de Abastecimento do Estado do Pará (Ceasa), beneficiando 123 mil pessoas. Esta é uma das iniciativas gerenciadas pelo novo Núcleo de Projetos do órgão, que está à frente também do projeto “Cozinha Escola” equipado com modernos equipamentos para oferecer cursos de gastronomia à população. O espaço tem, ainda, uma estação de triagem e tratamento de produtos alimentícios, para que cestas de alimentos sejam montadas e distribuídas à comunidade, evitando desperdícios e contribuindo para a segurança alimentar de dezenas de famílias.
Essa iniciativa é parte de um conjunto de investimentos que a Ceasa consolidou com a reconstrução e modernização do prédio da sede administrativa, o Posto de Atendimento do Banco do Estado do Pará (Banpará), novo estacionamento e o asfaltamento de todo o complexo, que está em etapa de conclusão.
O projeto Banco de Alimentos arrecada doações dos permissionários da Central de Abastecimento dos hortifrutis que estavam sendo desperdiçados. Esses alimentos são selecionados, higienizados, sanitizados e entregues em cestas montadas pela equipe do projeto sob a supervisão do setor de nutrição da Ceasa. Atende, todos os meses, mais de 1,3 mil famílias cadastradas nas Usinas da Paz do governo do Estado e mais de 100 associações que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social, como moradores de rua, pacientes oncológicos, refugiados, indígenas, entre outros. Também são atendidas, entidades e instituições filantrópicas, ONGs e associações que atendem famílias carentes. São realizadas duas entregas por semana.
Já o projeto Cozinha Escola é uma estratégia de reeducação alimentar e profissional para despertar na comunidade atendida com as cestas de hortifrutis, a cultura do aproveitamento integral dos alimentos (talos, cascas, folhas e sementes), a higienização adequada, bem como o protagonismo social através do planejamento de vida, empreendedorismo, educação ambiental e a sustentabilidade. De janeiro a agosto de 2024, foram realizadas 1,2 mil certificações, sendo impactadas mais de 40 mil pessoas. Semanalmente, é realizado o curso com aulas teóricas e práticas com aulas durante 4 dias, ministrado por nutricionista, pedagogos, assistentes sociais e gastrônoma. Ao final os alunos fazem a exposição das receitas e recebem o certificado de 20h do Curso Cidadania no Prato.
Além desses dois projetos, também é realizado, todos os meses, uma ação social com a parceria de outros órgãos do Estado, como Secretaria de Articulação e Cidadania (Seac), Secretaria de Saúde Pública (Sespa), Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), Defensoria Pública do Estado (DPE). São ofertados serviços de saúde, beleza, estética e cidadania como consultas médicas, testes rápidos de HIV e sífilis, verificação de pressão arterial e glicemia, vacinação, emissão de documentos, atendimento jurídico, massoterapia, corte de cabelo, limpeza de pele e design de sobrancelhas, dentre outros. O calendário das ações sociais é elaborado de acordo com datas comemorativas ou campanhas de conscientização (dia das mães, outubro rosa, novembro azul). A ação social atrai ao mercado da Ceasa, em média, quatro mil pessoas todos os meses, durante o período noturno.
“Hoje, a Ceasa desenvolve esses três grandes projetos sociais, que têm gerado impacto positivo na vida das pessoas atendidas, porque com esse trabalho atuamos no combate ao desperdício, na preservação ambiental, na conscientização alimentar, no estímulo ao empreendedorismo e, principalmente, no combate à fome. O crescimento no número de pessoas beneficiadas tem mostrado o quanto temos conseguido melhorar o acesso à cidadania e a sustentabilidade no nosso Estado”, afirma o presidente da Ceasa, Raimundo Santos Júnior.
“A nossa visão para o futuro é expandir esses projetos, ofertar novos cursos, ampliar as entregas de cestas de alimentos e aumentar o público atendido nas ações sociais. Além disso, planejamos implantar futuramente hortas comunitárias, uma usina de compostagem dentro da Ceasa, dando melhor destinação ao que sairia para descarte, transformando lixo orgânico em energia”.
A moradora do bairro de Água Lindas, região Metropolitana de Belém, Maria Teixeira, 70, foi uma das participantes da edição do Cozinha Escola. “Eu gosto de fazer coisas novas, inventar e improvisar, então, foi muito gratificante e muito valioso aprender sobre os cuidados com a manipulação de alimentos e toda a organização no preparo sem desperdício, fazendo o reaproveitamento de tudo e até mesmo guardar corretamente os alimentos”, relata. “Depois do curso eu conversei com as minhas colegas, integrantes da equipe do curso, sobre montarmos um negócio, por em prática o que recebemos de conhecimento, principalmente a receita da farofa de banana”, conclui.