ECONOMIA

Produção de óleo de andiroba impulsiona economia e preserva a Amazônia

O óleo de andiroba, conhecido por suas propriedades medicinais e cosméticas, é um dos produtos mais valorizados na Amazônia.

Produção de óleo de andiroba impulsiona economia e preserva a Amazônia

Pará - O óleo de andiroba, conhecido por suas propriedades medicinais e cosméticas, é um dos produtos mais valorizados na Amazônia, sendo fundamental para a subsistência de comunidades ribeirinhas e indígenas. No Pará, ele é utilizado como hidratante, antioxidante e cicatrizante, consolidando-se como alternativa sustentável para a indústria de cosméticos e farmacêutica.

O nome andiroba vem do termo tupi “nhandyroba”, que significa “óleo amargo”, referência ao líquido extraído das sementes da Carapa guianensis, árvore nativa da região amazônica que pode atingir até 30 metros de altura. Historicamente, o óleo era usado para iluminação antes da chegada da energia elétrica, e hoje atrai interesse da indústria farmacêutica, cosmética e científica.

Segundo Fátima Chamma, vice-presidente do Sinquifarma – Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos, Petroquímicos, Farmacêuticos, Perfumaria e Artigos de Toucador do Pará, o óleo de andiroba é versátil e apresenta efeitos terapêuticos comprovados:

“É indicado para tratamentos anti-inflamatórios, cicatrizantes, hidratantes e como repelente natural. Na cosmética, é usado em cremes e produtos de higiene, unindo conhecimento popular e científico.”

O produto tem demanda crescente tanto no mercado nacional quanto internacional, movimentando setores cosmético e farmacêutico de forma consolidada. Dados do IBGE (2017) apontam que o Pará possui 767 estabelecimentos agropecuários ligados à extração da andiroba, ficando atrás apenas do Amazonas, mas liderando em volume produzido com 310 toneladas. Em 2022, a Conab registrou 115,5 toneladas produzidas no Brasil, sendo 87% concentradas em Amazonas e Pará.

O mercado internacional também reconhece o potencial da andiroba. Segundo a Future Market Report (2024), o setor, avaliado em 137,5 milhões de dólares, deve alcançar 265,3 milhões de dólares até 2032, com crescimento anual médio de 8,5%. Principais destinos de exportação incluem Estados Unidos, França, Alemanha e Espanha.

Valorizando saberes locais: Associação de Mulheres Extrativistas do Combu

Na Ilha do Combu, em Belém, mulheres da comunidade de Piriquitaquara criaram a Associação de Mulheres Extrativistas do Combu para resgatar o modo artesanal de produção do óleo e preservar conhecimento ancestral. As sementes são selecionadas, lavadas, cozidas e fermentadas por um mês antes de serem amassadas manualmente.

A presidente da associação, Daniele Sarmanho, destaca que o trabalho, além de gerar renda, fortalece tradições:

“É gratificante trabalhar com o que gosta e ainda preservar o saber ancestral. Nosso foco não é vender em grande escala, mas manter o óleo fiel às propriedades originais, ensinando jovens e crianças para que a cultura continue viva.”

Inovação e sustentabilidade com impacto social

A empresa Amazon Oil, localizada na Região Metropolitana de Belém, transforma saberes tradicionais em produtos de larga escala, atendendo demanda nacional e internacional. A companhia trabalha com 46 comunidades amazônicas, garantindo coleta sustentável e preservação das árvores nativas.

Segundo o diretor de operações, Igor Morais, a produção de óleo de andiroba estimula a conservação das árvores:

“Quanto maior a demanda, mais os extrativistas são incentivados a proteger e plantar novas árvores, garantindo a sustentabilidade da produção e da floresta.”

O portfólio da Amazon Oil inclui quase 30 produtos, como manteiga de cupuaçu, óleo de pracaxi, óleo de castanha-do-pará e manteiga de murumuru. Nos últimos 10 anos, os cinco principais produtos somaram entre 500 e 600 toneladas de produção.

Débora Costa

Coordenadora do site Diário do Pará

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn