Na última quinta-feira (7), a prefeita de Marituba, Patrícia Alencar (MDB), fez um relato comovente e corajoso ao tornar pública uma parte dolorosa de sua trajetória pessoal. Em uma carta aberta lida em vídeo e divulgada pelas redes sociais, ela revelou ter sido vítima de violência doméstica por 18 anos, enfrentando agressões físicas, humilhações e controle emocional.
Patrícia escolheu o dia 7 de agosto para o desabafo, como forma de mostrar que a violência contra a mulher atinge todas as esferas sociais — inclusive aquelas que ocupam posições de poder. “Mesmo uma mulher em posição de liderança pode ser vítima. Romper o silêncio é fundamental”, afirmou.
No relato, a prefeita descreve o início de um relacionamento que parecia “lindo e mágico”, mas que logo se transformou em um ciclo de ciúmes doentios, restrições, controle e manipulação. “A roupa deixou de ser escolha minha, a amizade passou a ser ameaça”, contou.
Segundo ela, o então parceiro monitorava seu celular, impunha regras sobre com quem poderia estudar ou trabalhar e a isolava. Um episódio marcante, revelado com dor, foi quando ele descobriu que ela estudava com um amigo homossexual: “Foi quando levei meu primeiro soco, e ele cortou meu cabelo com uma faca”, narrou. Mesmo após o ato violento, Patrícia diz que o perdoou, acreditando nas promessas de arrependimento: “Ele chorou, pediu perdão, e eu acreditei que nunca mais se repetiria.”
Segundo a gestora, os abusos continuaram, dessa vez em público. Segundo ela, o caso ocorreu há 16 anos e afirmou que seu relato pretende estimular outras mulheres em situação de violência doméstica a buscar ajuda.
O depoimento tem repercutido amplamente nas redes sociais, sendo reconhecido como um ato de coragem e empoderamento, além de um alerta para a persistência da violência de gênero, mesmo em ambientes onde se pressupõe autonomia e força.
Como denunciar casos de violência contra a mulher
Se você é vítima ou testemunha de violência doméstica ou violência contra a mulher, saiba que há diversos canais disponíveis para realizar a denúncia com sigilo e anonimato garantidos:
🔹 Delegacia Virtual
Você pode acessar a Delegacia Virtual e utilizar o botão específico para registrar ocorrências relacionadas à violência doméstica. É rápido, seguro e pode ser feito de qualquer lugar.
🔹 Disque 190 – CIOP
Em casos de emergência, acione imediatamente o 190, número do Centro Integrado de Operações (CIOP). A ligação é gratuita e funciona 24 horas por dia.
🔹 Disque Denúncia – 181
Outra opção é o Disque Denúncia (181), que também garante anonimato total ao denunciante.
🔹 IARA (Inteligência Artificial Rápida e Anônima)
Você pode enviar a denúncia pelo WhatsApp da IARA, no número (91) 98115-9181.
A ferramenta permite:
- Envio de mensagens de texto
- Compartilhamento de áudio, fotos, vídeos e localização
- Acesso a um chatbot e formulário no site da Segup (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social)
🔹 Delegacias físicas
Se preferir, dirija-se à delegacia mais próxima ou, preferencialmente, a uma Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).