Pará

Preço do açaí teve aumento de mais de 1.700% em 30 anos no Pará

Estado segue capitaneando a produção do fruto mundialmente. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará
Estado segue capitaneando a produção do fruto mundialmente. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará

Even Oliveira

O preço do açaí sofreu um aumento de mais de 1.700% desde a implementação do Plano Real, há 30 anos, de acordo com um estudo divulgado ontem (26) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA).

Apesar do crescimento na produção no Pará, fazendo com que o estado se tornasse responsável por mais de 90% da produção nacional, com cerca de 1,5 milhão de toneladas anuais, o açaí teve constantes aumentos de preços.

Conforme o levantamento, o reajuste foi mais acentuado que a inflação acumulada de 729% calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o período de 30 anos.

O custo atual de um litro de açaí grosso chegou a R$ 42,11 em maio deste ano. Em comparação, em julho de 1994, o mesmo produto custava R$ 4,50, com um aumento acumulado de quase 836,00%. Para o açaí do tipo médio, considerando os mesmos períodos, o aumento foi ainda mais significativo: o preço em maio foi de R$ 27,17 por litro, enquanto há três décadas era vendido a R$ 1,50 por litro, chegando a 1.711,33% de diferença.

Implementado em 1º de julho de 1994 durante o governo de Itamar Franco, o Plano Real foi uma resposta à hiperinflação que assolava o poder de compra dos brasileiros. Antes dele, o Brasil passou por diversos modelos econômicos, como o Plano Cruzado, Plano Bresser e Plano Collor, que falharam em controlar a inflação. Na década de 1980 e início dos anos 1990, a inflação no país superava 2.000% ao ano.

O custo da alimentação, nestes 30 anos foi ajustado conforme a produção e a formação de preço, baseado em crises econômicas, variações cambiais e políticas agrícolas. Com relação ao Plano Real, ele estabilizou a moeda e com isso o poder de compra dos brasileiros aumentou, especialmente para as classes mais baixas, que passaram a ter maior acesso ao crédito e à possibilidade de compra parcelada.