O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 12 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre agosto e setembro, as reduções mais importantes ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste: Aracaju (-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%). Os aumentos foram registrados em Belo Horizonte (1,88%), Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), São Paulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%).
Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades pesquisadas pelo Dieese, com destaque para as variações de Belém (11,78%), Campo Grande (10,87%), Brasília (10,56%), Goiânia (10,29%) e João Pessoa (10,08%).
A cesta básica dos paraenses comercializada em Belém custou R$ 622,46 quase 2,00% menor que o valor registrado em agosto deste ano, R$ 634,85. Mesmo assim, de acordo com as análises do Dieese/PA, a aquisição da cesta no Pará ainda compromete mais da metade do atual salário mínimo de R$ 1.212,00.
Nos nove primeiros meses deste ano, a grande maioria dos produtos que fazem parte da Cesta Básica dos paraenses teve aumentos de preços e com reajustes bem superiores à inflação estimada em torno de 4%. Com destaque para o leite, com reajuste acumulado de 47,66%; seguido do pão, com alta de 28,90%.
MÍNIMO NECESSÁRIO
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.306,97, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Em agosto, o valor necessário era de R$ 6.298,91 e também correspondeu a 5,20 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.657,66 ou 5,14 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.