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Piloto de drone é a profissão do futuro e paga bem

Piloto de drone está entre os 25 cargos em alta no país e a demanda por esse tipo de profissional deve crescer significativamente Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Piloto de drone está entre os 25 cargos em alta no país e a demanda por esse tipo de profissional deve crescer significativamente Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Luiz Flávio

Piloto de drone está entre os 25 cargos em alta no país e a demanda por esse tipo de profissional deve crescer significativamente, impulsionada por avanços tecnológicos e expansão de setores como logística, agronegócio e entretenimento. Há oportunidades em várias áreas.

Um piloto de drone é um profissional treinado para operar e controlar Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), conhecidos como drones. O mercado de uso de drones teve um impulso nos últimos seis anos, abrindo um mercado promissor, com diversas exigências legais e técnicas, o que contribui para um mercado novo e com espaço para crescimento.

A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) é um celeiro de formação desde 2017. Liderado pelo Instituto Ciber Espacial, a pilotagem de drones é uma das formações que estão integradas com cursos de graduação e pós-graduação (especialização) direcionadas ao monitoramento e avaliação de áreas urbanas, rurais e, especialmente, para as áreas de conservação e agropecuária.

O engenheiro florestal Robson Carrera coordena o Laboratório de Agrimensura e Levantamentos Fundiários e o curso de Especialização em Geoprocessamento e Georreferenciamento de Imóveis Rurais do Instituto Ciber Espacial da UFRA, campus Belém.

“O uso de drones pode ser dividido em operações de voo livre, conhecidos como operação de drones para eventos de comunicação e marketing, que exigem cadastramento na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) do equipamento; e em operações de mapeamento de áreas como levantamentos aéreos e aplicações de defensivos para lavouras e plantios florestais”, detalha.

A UFRA capacita anualmente entre 30 a 50 profissionais para a utilização de drones no mapeamento, na formação acadêmica de agrônomos, engenheiros florestais, engenheiros ambientais e engenheiros cartógrafos e agrimensores. “Na pós-graduação temos 50 profissionais formados e habilitados e 85 com proposta de diplomação para agosto de 2024 no Pará, além de 100 já formados no Amapá no curso de pós-graduação em geoprocessamento e georreferenciamento de imóveis rurais”, contabiliza.

Dentro do segmento de operações e mapeamento com drones, o curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura oferece uma formação em sensoriamento remoto, topografia, cartografia, Sistema de Informação Geográfica e Fotogrametria, capacitando o aluno para o uso em operações de mapeamento e monitoramento. “Os drones são equipados com sensores remotos, como câmeras multiespectrais ou laser (LiDAR) que levantam dados precisos do terreno”, destaca o professor.

Pilotos são profissionais cada vez mais requisitados e já existem cursos específicos ensinado a operar e tirar proveito dos equipamentos

No curso, o aluno aprende conceitos de topografia, geodésia (medição e cálculo acima de superfícies) e sensoriamento remoto, fundamentais para entender como os dados coletados por drones se relacionam com a superfície terrestre e como são referenciados a sistemas de coordenadas globais.

O curso inclui ainda o aprendizado de técnicas de processamento de imagens para a criação de modelos tridimensionais do terreno ou de objetos, para obter informações precisas sobre a forma, tamanho e posicionamento de objetos e terreno a partir de imagens fotográficas, que são utilizadas em avaliações e interpretação de dados espaciais e criação de documentos cartográficos.

“No mercado de trabalho, os alunos com foco em operação e mapeamento com drones podem atuar em empresas de geotecnologia, empresas de agrimensura, órgãos governamentais ambientais, fundiários, judiciais e consultorias especializadas em mapeamento e monitoramento ambiental”, diz Robson.

O curso, segundo ele, abrange um leque de opções de atuação, nas quais as mais atraentes são para as áreas que envolvem geoprocessamento e sensoriamento remoto, “capazes de avaliar uso e cobertura da terra, expansão urbana, supressão vegetal para dar subsídios a regularização ambiental”.

 

Formação depende do perfil de uso dos pilotos para o trabalho

A regularização fundiária tem destaque no uso de drones na atuação em georreferenciamento de imóveis para ordenamento territorial. “Essa formação alimenta o mercado com instrutores capacitados para planejamento de voo de drones, com qualificação em cursos livres de pilotagem”, diz Robson Carrera.

Robson Carrera, professor Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

No segmento de eventos o mercado teve uma expansão com formação de instrutores vindos de diversas áreas. “Muito embora não haja uma regulação específica para estes profissionais, o curso fornece subsídios para que futuros operadores de drone possam atuar em áreas adjacentes de mapeamento, ministrando cursos”, cita.

Nesse nicho de mercado, o uso de drones para pilotagem segue ritos simples de operação, já que a aplicação abrange a assessoria do evento e tomadas aéreas que permitam operador obter imagens e vídeos com equipamentos mais acessíveis e que tenham uma pilotagem mais simplificada, em voos livres.

Os equipamentos variam de valores sendo alguns mais acessíveis para a pilotagem de eventos, enquanto que para as atividades que exigem qualificação superior, os valores mais altos. “Drones para voos livres podem variar de R$ 300,00 a R$10.000,00 de acordo com o modelo e peso. Já os mais especializados podem variar de R$15.000,00 a R$550.000,00 com todos os acessórios’, calcula Carrera.

Caso deseje atuar na pilotagem de eventos, os cursos livres são a melhor opção, recomenda o professor, já que possuem baixo custo de aquisição de equipamentos e com duração de uma semana. “Para as áreas mais especializadas os cursos de graduação da UFRA são uma boa opção, especialmente a engenharia cartográfica e de agrimensura, com duração de 5 anos e de forma gratuita”.