Pará

Pesquisadores do Pará criam ventilador mecânico, sem energia elétrica

Pesquisadores do Pará criam ventilador mecânico, sem energia elétrica Pesquisadores do Pará criam ventilador mecânico, sem energia elétrica Pesquisadores do Pará criam ventilador mecânico, sem energia elétrica Pesquisadores do Pará criam ventilador mecânico, sem energia elétrica
O equipamento funciona sem energia elétrica, e visa atender pessoas doentes que estejam principalmente em locais onde a eletricidade é escassa como, por exemplo, em comunidades ribeirinhas da Amazônia. 
O equipamento funciona sem energia elétrica, e visa atender pessoas doentes que estejam principalmente em locais onde a eletricidade é escassa como, por exemplo, em comunidades ribeirinhas da Amazônia. 

Ampliar o fornecimento de oxigênio para pacientes com doenças respiratórias é o objetivo do ventilador mecânico, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon/UFPA), instalado no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, em parceria com pesquisadores da universidade.

O equipamento funciona sem energia elétrica, e visa atender pessoas doentes que estejam principalmente em locais onde a eletricidade é escassa como, por exemplo, em comunidades ribeirinhas da Amazônia.

O Acionador Automático de Ambu, como foi batizado, é um tipo de ventilador mecânico que pode ser produzido em apenas uma semana, com um baixo custo financeiro, e fabricado com peças nacionais. O aparelho tem ainda um manual, com informações claras que facilitam a montagem.

“A ideia surgiu durante a pandemia de Covid-19 em meio ao colapso na rede de saúde, em decorrência da grande quantidade de pessoas com síndrome respiratória aguda grave. Um exemplo é o caso que ocorreu no Maranhão, no qual houve uma falta de energia no hospital e os profissionais de saúde tiveram que acionar o Ambu manualmente em dezenas de pacientes ao mesmo tempo. O ventilador resolveria esse problema, pois aciona o Ambu automaticamente sem precisar de energia elétrica.” explica Marcelo Silva, professor e coordenador do projeto.

Com o fim da emergência de saúde pública para a Covid-19, decretado pela OMS em maio deste ano, e com o aumento da vacinação, o protótipo agora está sendo pensado para auxiliar pacientes com doenças respiratórias, que vivem em áreas de difícil acesso à energia elétrica. Na primeira etapa do projeto, a proposta é utilizar o ventilador em hospitais e unidades de pronto atendimento, e posteriormente a ideia é tornar o equipamento mais compacto para ser utilizado em lanchas e automóveis, auxiliando o transporte de pacientes de locais distantes.

 Funcionamento do ventilador 

O Acionador Automático de Ambu auxilia no monitoramento de sinais vitais, como pressão arterial, oxigenação e batimentos cardíacos. Por meio de sensores, o equipamento consegue compensar o fornecimento de oxigênio quando necessário.

“Na rede de saúde, o ambu convencional é usado em várias situações, desde uma parada cardiorrespiratória, até situações transitórias de ventilação, onde nós precisamos ventilar o paciente. O ambu automatizado otimiza o trabalho da equipe, fazendo com que ela direcione a atenção para outras atividades dentro do cuidado do paciente” explica a fisioterapeuta e pesquisadora Laura Tomazi.

O Ambu é um tipo de reanimador manual que fornece ventilação mecânica para pacientes, mediante intervenções manuais de profissionais da saúde, como compressões e alívios, a fim de suprir as necessidades respiratórias em situações emergenciais. O ventilador mecânico desenvolvido pretende automatizar o processo de ventilação do Ambu tradicional, facilitando a atuação das equipes de saúde.

O equipamento funciona com energia elétrica ou com ar comprimido. Por meio de um sistema pneumático, o aparelho utiliza o ar comprimido para acionar o Ambu através de um movimento oscilatório, tornando possível a ventilação mecânica. Para funcionar o equipamento necessita apenas da fonte de ar comprimido, já existente em redes hospitalares e emergenciais.

O aparelho foi feito em parceria com o Lab Vapor da Faculdade de Engenharia Mecânica da UFPA e do Hospital Universitário João de Barros Barreto. A iniciativa teve ainda o apoio financeiro da Arboris, Capes, Procad e da empresa Hydro.