Uma pesquisa inédita pretende confirmar a presença do Cebus kaapori, conhecido como cairara-kaapori, no arquipélago do Marajó. A espécie, considerada uma das 25 mais ameaçadas do mundo, integra o Plano Nacional para a Conservação de Primatas Amazônicos.
O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) recebeu nesta segunda-feira (1º) pesquisadores do Centro Nacional de Primatas (Cenp), da Universidade da Califórnia e especialistas convidados para discutir o andamento do projeto “Distribuição Geográfica de Cebus kaapori na Mesorregião do Marajó”.
Até hoje, a ocorrência do cairara-kaapori foi registrada apenas no Maranhão e no nordeste do Pará. No entanto, relatos de moradores e análises genéticas preliminares de um animal mantido como pet em Afuá sugerem que a espécie também pode estar presente no Marajó.
Estudo sobre o Cebus Kaapori
Durante o encontro, representantes do Ideflor-Bio e pesquisadores trataram sobre o processo de autorização para estudos em unidades de conservação da região e sobre futuras cooperações técnicas entre instituições. “Compreender as dinâmicas populacionais dos indivíduos na Mesorregião do Marajó é fundamental para subsidiar políticas públicas e ações voltadas à conservação de espécies ameaçadas, como o Cebus kaapori”, afirmou Hugo Dias, gerente da Região Administrativa do Marajó do Ideflor-Bio.
As atividades previstas incluem expedições em áreas estratégicas, entrevistas em comunidades locais, coleta de material biológico para análises genéticas e sanitárias, além do georreferenciamento de indivíduos. O estudo também investigará potenciais agentes infecciosos que possam afetar a saúde da espécie, contribuindo para o monitoramento de doenças emergentes.
Caso confirmada a presença do cairara-kaapori no Marajó, o resultado representará um avanço significativo para a conservação da biodiversidade local e reforçará a importância de áreas protegidas, como a Área de Proteção Ambiental (APA) do Arquipélago do Marajó e o Parque Estadual do Charapucu.
Os primeiros resultados das expedições devem ser apresentados a partir de 2026, colocando o Marajó no centro das discussões sobre a preservação de primatas ameaçados no Brasil.