Pará

Pequenos negócios geram 50 mil empregos no Pará

Pequenos negócios geram 50 mil empregos no Pará Pequenos negócios geram 50 mil empregos no Pará Pequenos negócios geram 50 mil empregos no Pará Pequenos negócios geram 50 mil empregos no Pará
Levantamento do Sebrae com base em dados do Ministério do Trabalho mostra que o setor deixou o Estado em quarto lugar no ranking nacional de geração de empregos. Foto: Divulgação
Levantamento do Sebrae com base em dados do Ministério do Trabalho mostra que o setor deixou o Estado em quarto lugar no ranking nacional de geração de empregos. Foto: Divulgação

Luiz Octávio Lucas

Camila Pires é professora especialista em abordagem textual e mentora MBA Kids e Teens. A formação on-line foi concluída na época da fase mais aguda da pandemia, em março de 2021. “Durante a pandemia, a educação foi uma das áreas mais afetadas”, lembra. “Já estava fazendo a especialização na UFPA e foi suspensa. Conseguir emprego foi bem difícil dentro da minha área, tive que me manter com vendas on-line de acessórios femininos nesse período. Somente em 2022 consegui uma oportunidade dentro da minha área, para a vaga que hoje ocupo”.

O emprego conquistado em novembro do ano passado foi em uma escola de empreendedorismo para crianças, a franquia Mister Wiz, em Belém. “Tive facilidade pois minha experiência e qualificação, além da paixão pelo ensino, foram responsáveis pela garantia da vaga”, destaca Camila. A professora conta que chegou a tentar a inserção no mercado de trabalho em empresas maiores, mas não obteve êxito. “No período, ninguém estava contratando”, lembra.

A jornada da educadora que conseguiu um emprego formal em um estabelecimento considerado pequeno negócio ilustra bem os dados de um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), baseado em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

O levantamento aponta que os pequenos negócios geraram um saldo de 51.713 empregos no Pará de janeiro a novembro de 2022. O saldo por 1.000 empregados no Estado é de 149,05, o que deixa o Pará em quarto lugar no ranking nacional. Roraima, com 213,29, lidera entre as unidades da federação. O Rio Grande do Sul, com 66,94, ocupa a 27ª posição, na lanterna do ranking.

Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará, faz uma análise da situação. “Percebemos que os pequenos negócios têm encabeçado a geração de empregos no Brasil e no Pará há algum tempo. Isso, nós constatamos no período da pandemia, quando as Micro e Pequenas Empresas (MPE) foram bem impactadas negativamente, mas que tiveram uma retomada mais rápida e puxaram as contratações”, pontua.

“Em 2022, dados do Caged, referentes ao período de janeiro a novembro, colocam o nosso Estado em quarto lugar no ranking nacional da geração de emprego, o que comprova o papel fundamental desse segmento para a geração de emprego e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico do Pará”.

EMPREGADOR

A vaga da Camila foi criada pelo pequeno empresário Phellipp Coimbra, que abriu em Belém uma franquia da Mister Wiz e conta hoje com cinco funcionários. “É uma escola de empreendedorismo para criança e adolescente com método europeu visto em cinco países. Estou trazendo para Belém justamente para estimular crianças a serem grandes empresários. Ajuda a desenvolver de uma maneira lúdica e prática”, faz propaganda.

“A gente acredita que esse é o momento, é o futuro, ter diploma não é sinônimo de emprego, quando abri tinha currículo de gente com doutorado”, destaca, sobre a situação das pequenas empresas como fonte de vagas.

“O empreendedorismo hoje é uma válvula de escape que dá uma possibilidade de outros ganhos, eu mesmo fui funcionário público e hoje em dia sou empreendedor, estou faturando bem mais do que quando eu era funcionário público”, revela, ao fazer um contraponto com a função de empregador/empreendedor.

“Eu abri a primeira unidade e já estou em processo de abertura da segunda, em Ananindeua. A procura tem sido boa naquela região. O Pará é grande e precisamos alcançar essas crianças para alcançarem seus próprios sonhos”, planeja.

Já o técnico em refrigeração e climatização Nazareno Martins é dono de uma pequena empresa que está no mercado há nove anos, em Belém e alguns interiores do Pará. “A gente tem dois colaboradores junto com a gente, um auxiliar de técnico em refrigeração e outro eletricista”, informa. “Para empreender tem as dificuldades, como a parte financeira, que atingiu toda a nossa região e mesmo assim temos que usar nosso jogo de cintura para atender os clientes e seguir em frente”, analisa.

“Antes de ser técnico em refrigeração eu era motorista de ônibus, fazia o serviço de climatização pela manhã e à tarde era motorista, mas o lado da refrigeração sobrecarregou e optei por deixar a profissão de motorista para ser técnico em refrigeração”, explica sobre a transição para se tornar gerador de empregos.

“Meus planos são expandir uma nova função, paralelo à climatização, na área da metalúrgica, construção civil, colocar mais colaboradores para nos ajudar, mas em tempo indeterminado”, diz com cautela. “O sucesso do empreendedorismo é você ser uma pessoa correta, pontual, para ser bem indicada, bem falada, fazendo o serviço direito pro cliente”.