Pará - O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém, sedia nesta sexta-feira (18/07), o evento de lançamento do Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará. A iniciativa é executada pelo Instituto Bicho D’água (IBD), com recursos da empresa TGS, e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), com apoio do Museu Goeldi. A partir da constatação de que o peixe-boi está vulnerável à extinção, o projeto busca alternativas para garantir a sobrevivência de indivíduos resgatados, principalmente filhotes órfãos, por meio da reabilitação, aclimatação e reintegração desses animais à natureza.
A programação terá início às 9h, no Auditório Paulo Cavalcante do Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, em Belém, com a participação de representantes de vários organismos envolvidos com a temática de conservação dos peixes-bois, a exemplo do Museu Goeldi, UFPA, Ibama, IBD, Cemam e TGS. Às 11h, será apresentado o plano de ação para conservação da espécie e o público poderá interagir com os expositores. O encontro será retomado à tarde, com o detalhamento do Projeto de Conservação de Peixes-boi do Estado do Pará e o cronograma de sua execução.
Mais de 50 indivíduos em reabilitação – A presidente do IBD, Renata Emin, bióloga e pesquisadora colaboradora do Museu Goeldi, explicou que o projeto surgiu a partir do conhecimento da situação crítica que se encontram esses mamíferos aquáticos no Estado. “Mais de 50 peixes-bois estão em reabilitação no Estado do Pará e precisam, o quanto antes, retornar à natureza. Muitos são filhotes resgatados órfãos, cujas mães foram caçadas. Infelizmente, ainda que existam leis de proteção à fauna, essa prática ocorre no estado e na Amazônia como um todo. Muitos animais eram enviados para o ZooUnama, em Santarém, onde está a maior parte dos indivíduos em reabilitação no Pará. Faltavam iniciativas e outros locais para a reabilitação e recintos de aclimatação”, disse.
Nessa perspectiva, o Instituto Bicho D’água construiu, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Centro de Reabilitação de Fauna Aquática, no município de Castanhal, para a recepção de cetáceos e tartarugas marinhas. De acordo com Renata Emin, este ano, o centro recebeu filhotes que encalharam na região do baixo Amazonas e que vão passar pelo processo de reabilitação e, posteriormente, ser encaminhados para um recinto de aclimatação para a soltura, que será construído em Soure, na Ilha do Marajó. Reintegrados à natureza, esses indivíduos ainda serão monitorados por cerca de dois anos para que seja garantido o sucesso da operação.
Goeldi e Bicho D’água: parceria antiga – O Museu Paraense Emílio Goeldi é um antigo parceiro na preservação de espécies, segundo a bióloga. “O Museu foi o local onde criamos o Grupo de Estudos Mamíferos Aquáticos da Amazônia (Gemam), que deu origem ao Instituto Bicho D’água, em 2013”, lembrou. Há uma intenção, segundo Renata Emin, de estreitar ainda mais essa relação com a formalização de um termo de cooperação técnica entre as duas instituições. Mas, na prática, essa atuação conjunta já vem existindo há mais de uma década.
“Recentemente, também iniciamos uma parte muito importante do Projeto de Conservação de Peixes-boi: a sensibilização das comunidades para as solturas de peixes-boi resgatados. E o Museu Goeldi é protagonista nessa atividade. Nas Olimpíadas de Caxiuanã (uma iniciativa focada na divulgação científica e na inclusão social), [que acontece anualmente na Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), que fica na Floresta Nacional de Caxiuanã, localizada nos municípios paraenses de Melgaço e Portel], fizemos visitas guiadas ao Bacuri (o peixe-boi mantido em reabilitação no local), para poder, enfim, trazer a comunidade para perto, sensibilizá-la, porque a gente sabe que, infelizmente, na região do entorno, ainda há relatos de caça. Por conta disso, é muito importante que a comunidade esteja engajada, sensibilizada e que seja parceira nesse projeto”, destacou Renata Emin.
SERVIÇO
Evento: Lançamento do Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará.
Realização: Instituto Bicho D’Água (IBD), Ibama. Apoio: Museu Goeldi. Patrocínio: TGS
PROGRAMAÇÃO
Programação: 18/07/2025 (Sexta-feira)
MANHÃ
Local: Auditório Paulo Cavalcante, Campus de Pesquisa do Museu Goeldi. Av. Perimetral, 1901, Terra Firme, Belém-PA.
9h – Boas-vindas
9h10 – Exposições do MPEG, UFPA x IBD, Ibama/PA, Ibama/RJ, Semas, Cemam, TGS.
10h30 – Coffee break
11h – Apresentação do Plano de Ação, pelo Ibama, Instituto Bicho D’água e Cemam
TARDE
Local: Semas: Centro de Treinamento / Plenária Angelim
13h30 – Detalhamento do Projeto de Conservação de Peixes-boi do Estado do Pará e cronograma de execução
15h – Encerramento e coffee break