Ana Laura Costa
O ex-senador Paulo Rocha tomou posse na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), na tarde de ontem (5). Na ocasião, outros quatro diretores da autarquia foram empossados. A cerimônia ocorreu no auditório Benedito Nunes, na Universidade Federal do Pará, e contou com a presença da vice-governadora do Estado, Hana Ghassan; o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; o governador do Amapá, Clécio Luís, além de parlamentares, movimentos sociais, artistas e lideranças populares.
Em discurso, a vice-governadora afirma ter certeza que a nova gestão será excelente. “O desejo de todos nós, de toda a região amazônica, é que órgão cumpra arduamente a sua finalidade, que é promover desenvolvimento includente e sustentável da Amazônia”, disse Hana Ghassan.
No dia 10 de maio, a nomeação de Paulo Rocha para a Sudam foi publicada no Diário Oficial da União. Uma das linhas a serem seguidas pela nova gestão é o investimento em infraestrutura sustentável, visando apoiar projetos de sustentabilidade na região que impulsionem o crescimento econômico, ampliem a oferta de trabalho e reduzam os impactos ambientais negativos de grandes obras no território amazônico.
“Nos últimos anos a Sudam foi eliminada do contexto do processo de desenvolvimento. Então o meu papel inicial é recuperar a autarquia e o planejamento do desenvolvimento é fundamental, porque o papel da Sudam no primeiro momento é esse. Após isso, é possível dialogar com vários setores empresariais para poder estar nesse contexto, da visão de um novo desenvolvimento, aproveitando o momento que a Amazônia está no centro do debate, inclusive internacional”, afirma Paulo Rocha.
O superintendente ainda complementa que é preciso atrair investimentos diante da lógica de desenvolver a sustentabilidade na região. “Isso é fundamental, porque não basta apenas manter a floresta de pé, se a gente não resolver também a vida do povo. Aqui moram 33 milhões de brasileiros que precisam viver bem, viver com dignidade. Assim, a tarefa é recuperar o papel da Sudam e pensar um desenvolvimento que possa fazer isso: crescer, desenvolver, distribuir renda e gerar emprego, possibilitando dignidade para o nosso povo, para a nossa gente”, diz.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou que nasce um novo momento para os estados da região amazônica. “Todos nós sabemos que nos últimos anos houve um esvaziamento grande da Sudam em termos orçamentários e ela sempre foi muito importante para o processo de desenvolvimento regional. Nós precisamos diminuir as desigualdades regionais e as agências locais como a Sudam, o Banco da Amazônia, Suframa, as universidades, os institutos de pesquisa são fundamentais”, explica.
FOTO: wagner santana
A SUDAM
A Sudam atua nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão, considerando as riquezas naturais com diferentes biomas, a diversidade econômica, sociocultural, étnica e o potencial geopolítico e estratégico da região.
Frente ao desafio de colocar os instrumentos de desenvolvimento regional ao alcance de todos os segmentos sociais devido à grandiosidade da região amazônica e suas dimensões continentais, a Sudam conta com um corpo técnico de excelência e instrumentos de ação voltados para a inclusão produtiva, o fortalecimento da infraestrutura regional e o estimulo à inovação e à bioeconomia para viabilizar investimentos, fortalecer as instituições locais e trazer inclusão social e melhoria da qualidade de vida aos povos que vivem na região.
QUEM É?
O superintendente
l Nascido em Terra Alta (PA), Paulo Rocha é sindicalista com formação em artes gráficas e fundador do Partido dos Trabalhadores no estado do Pará, em 1981. Já foi deputado federal e senador pelo Pará.
No decorrer dos cinco mandatos como deputado federal, foi líder da bancada do PT, presidente das comissões de Trabalho e da Amazônia e coordenador, em diferentes momentos, das bancadas de deputados do Pará e da Amazônia.
É autor de inúmeras proposições legislativas, das quais nove se transformaram em lei. Estão entre elas a que cria o seguro-defeso, a que regulamenta a profissão dos Agentes Comunitários de Saúde, a que combate o trabalho escravo e a Lei Paulo Gustavo, que destinou R$ 3,8 bilhões ao setor cultural do País.