Grande Belém

Passageiros penam sob sol e chuva nas paradas de ônibus de Belém

Falta de abrigos nas paradas ou condições ruins dos locais trazem transtornos, principalmente em dias de sol ou chuvas excessivas. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
Falta de abrigos nas paradas ou condições ruins dos locais trazem transtornos, principalmente em dias de sol ou chuvas excessivas. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Diego Monteiro

Quem precisa se proteger do sol ou da chuva enquanto espera um ônibus em Belém nem sempre encontra condições adequadas, seja pela ausência ou pelas condições ruins dos abrigos na cidade. Muitos desses equipamentos estão sujos, sem cobertura ou repletos de lixo.

No bairro da Pedreira, a falta de abrigos para quem usa o transporte coletivo é realidade em vários pontos, como na avenida Marquês de Herval com a travessa Lomas Valentina. “Faz falta não só por uma questão de conforto, mas por segurança e nossa saúde. Ficamos expostos ao sol, sendo que daqui a pouco começa o inverno amazônico, então como vamos ficar com tanta água que cai nesse período?”, questiona Marielle Silva, 21 anos.

Para enfrentar essa situação, a estudante carrega um guarda-chuva na bolsa. “Uma das minhas estratégias, nesse caso, é essa: sempre levar uma sombrinha para me proteger. Mas sempre falo que não seria necessário isso se tivéssemos uma gestão eficiente e que pensasse na população, pois ter um abrigo digno é um direito nosso que pagamos as passagens para usar o serviço”, complementa Marielle.

Em outro ponto da cidade, na avenida Doutor Freitas, quase esquina com a avenida Senador Lemos, também na Pedreira, a população se beneficia da sombra de um toldo instalado por um pequeno comércio para se proteger do forte sol.

A falta de manutenção é evidente nos poucos abrigos que restam na capital. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Segundo o auxiliar de vendas João Alves, 25, tem dias que essa situação acaba sendo um fator estressante. “Todos sabem como é Belém: ou muito sol ou muita chuva. Essas condições climáticas são estressantes pois, imagina, você está indo para o trabalho e chega todo molhado ou extremamente suado pois não tinha onde ficar. Várias vezes sofri com a ausência dessas ferramentas e esse problema não é de agora”, afirma.

Na José Bonifácio, próximo ao Mercado de São Brás, no bairro de Fátima, duas paradas de ônibus, lado a lado, enfrentam problemas semelhantes: pintura desgastada, ferrugem e ausência de cobertura.

Há cinco anos, Antônio Carlos, 67, trabalha numa barraca com vendas de bombons nesse ponto. “Toda vez quando chove eu ainda dou uma ajudinha para o pessoal, pois estico a lona que eu deixo guardado no carrinho e, dessa forma, muitos procuram abrigo para se proteger das águas enquanto esperam o coletivo”, disse.

RESPOSTA

De acordo com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), novos abrigos de paradas estão sendo implantados nos principais corredores de Belém, considerados de maior movimento de ônibus. “Essa implantação já está ocorrendo de modo gradativo nas áreas públicas da cidade”, afirma a Superintendência.

Segundo o órgão até o momento, já foram implantados equipamentos na Praça Waldemar Henrique, e ainda, na avenida Augusto Montenegro, às proximidades do Parque Shopping. Na avenida Duque de Caxias foram implantados dois abrigos e está em fase de implantação na avenida Senador Lemos.