Irlaine Nóbrega
O uso de máscara nos aeroportos e aeronaves voltou a ser obrigatória, no Brasil. Após três meses de liberação, a exigência foi aplicada novamente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por conta do aumento expressivo de casos de Covid-19 no país. A medida objetiva conter a disseminação massiva do vírus.
A obrigatoriedade foi dispensada apenas para crianças com menos de três anos de idade, pessoas com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficiência sensorial ou qualquer outra deficiência que impedem o uso adequado do item.
Em nota ao DIÁRIO DO PARÁ, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) esclareceu que “seus aeroportos irão cumprir a determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovada nesta terça-feira (22/11), sobre a obrigatoriedade do uso de máscara nesses locais. A Infraero segue rigorosamente as determinações do Ministério da Saúde e da Anvisa, além de manter contato constante com os órgãos responsáveis nas esferas federal, estadual e municipal. Mais informações sobre a nova determinação podem ser obtidas com a Anvisa”.
Ontem (25), foi o primeiro dia em que a determinação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa entrou em vigor. No Aeroporto Internacional de Belém, Júlio Cezar Ribeiro, em Val-de-Cães, um dos mais movimentados na região Norte, o cenário ainda era bem divido. Logo no início da manhã, muitos viajantes não utilizavam máscara nas dependências do aeroporto. Conforme o tempo foi passando, aumentou o número de pessoas utilizando a proteção facial.
A máscara sempre fez parte da rotina de Sônia Valente, de 53 anos, que atua como médica em um hospital público da capital. Para ela, a medida na Anvisa foi importante para barrar uma proliferação do vírus no país, cenário que já vem sendo observado pelos médicos.
“Isso tem acontecido, principalmente, porque muita gente não se vacinou. A população esqueceu um pouco a vacina e não completou as doses, desligou um pouco dessa necessidade e eu que sou médica vejo que tem aumentado muito o número de casos. Mesmo sendo mais leves, eles têm sido mais frequentes até porque nós temos outros casos de síndrome gripal que também são transmissíveis por via aérea”, disse.
“Eu estou vendo a necessidade de voltar a usar também em outros locais, como supermercado, que a gente vê muita aglomeração, muita gente com sintomas gripais. Acho que essa medida faz parte de tudo isso. Vou para São Paulo, para um evento de medicina e lá eu percebi que aumentou bastante o número de casos. Então, é interessante voltar a usar a proteção”, afirmou Sônia Valente.
De passagem pelo aeroporto, Márcia Martins, de 47 anos, usava a proteção apenas para acompanhar o filho, que estava com viagem marcada para São Paulo. Para ela, a medida era essencial para intervir um possível novo alastramento da doença de forma grave.
“Eu uso só quando é obrigatório, mas também eu não sou muito de sair. Hoje eu só vim trazer meu filho, mas vim de máscara. Eu achei uma ótima ideia de voltar a usar a máscara, principalmente aqui no aeroporto que é um lugar onde o pessoal viaja, chega e sai muito. Quando a Copa acabar, muita gente vai voltar para o seu país e é nesse ponto que a gente tem que ficar mais preocupado também. É melhor prevenir do que remediar”, disse a manicure.