Teve início nesta terça-feira, dia 26, em Parauapebas (PA), o Fórum Internacional de Mineração em Áreas Protegidas. Organizado pela Vale, o evento reúne especialistas, representantes de órgãos ambientais, universidades, entidades da sociedade civil e empresas mineradoras para promover um diálogo fundamental: como a mineração aplicada pode ser ferramenta de contribuição para preservação em unidades de conservação ambientais, inovação e responsabilidade socioambiental. O Fórum, que acontece no cineteatro de Carajás, segue até a quarta-feira, dia 27.
No Pará, parte das atividades da Vale estão localizadas no Mosaico de Carajás, uma extensa área verde que se estende por mais de 800 mil hectares de floresta nativa, equivalente a sete vezes a cidade de Belém. O Mosaico envolve seis unidades de conservação ambiental, que são protegidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMbio) com o apoio da companhia, desde a implantação do projeto Ferro Carajás na década de 80. Do total, as operações da empresa ocupam cerca de 3% do Mosaico.
Para proteger essa área, uma equipe de guardas florestais mantida pela empresa realiza patrulhamentos por terra, ar e rios, além do combate a focos de incêndio. A atuação dos guardas florestais evitou, entre 2021 e 2024, mais de 600 tentativas de atividades ilícitas como garimpo ilegal, caça e pesca predatórias e extração de madeira. Além da proteção, outras frentes recebem investimentos como compensação ambiental, reflorestamento, pesquisa e ciência e o fortalecimento da bioeconomia.
Ao promover o diálogo entre diferentes setores, o Fórum promoverá a troca de experiências e estudos sobre práticas sustentáveis na atuação da mineração, como explica, o diretor de Licenciamento da Vale, Lauro Amorim.
“É exatamente essa perspectiva que o Fórum busca materializar, o desenvolvimento sustentável reunindo vozes diversas para fortalecer parcerias, fomentar inovação e preservar territórios com diálogo e ciência”, afirma.
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Diálogos e Sustentabilidade na Mineração
A palestra inaugural foi conduzida por Adan Olivares Castro, líder regional para as Américas e Caribe do IRMA – Iniciativa de Asseguração de Mineração Responsável, que abordou o tema “Conservação e Mineração: Caminhos Possíveis”. Para ele, “através dessa transparência de informação podemos ter um diálogo construtivo em todas as partes e isso que nos impulsiona nessa reconciliação entre todos os aspectos envolvidos”, declarou Castro.
Já Antônio Dias, diretor da Catedra de Ecologia e Ciências da Terra da Unesco falou sobre o tema “Construindo a paz com a natureza – O papel da mineração na natureza e na conservação da biodiversidade”. Suas participações reforçaram o compromisso global com práticas sustentáveis e integradas ao meio ambiente.
Impacto e Futuro da Mineração na Amazônia
Na programação, painéis abordarão temas como a Jornada da Mineração e Conservação Ambiental – Experiências, Desafios e Oportunidades e Grandes Tendência para o futuro: uma visão de coexistência e as estratégias adotadas para conservação da biodiversidade. Já no segundo dia, destaque para o papel do terceiro setor na promoção da coexistência entre mineração, preservação e desenvolvimento humano, também as contribuições, papéis e responsabilidades e perspectivas multisetoriais para o desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Durante os dois dias, o seminário está conectado diretamente às pautas da COP 30, que será realizada em Belém, e às discussões globais sobre mudanças climáticas. A iniciativa reforça o papel da região na liderança de práticas ambientais inovadoras e responsáveis com conservação da biodiversidade e a importância dos seus serviços ecosistêmicos como o sequestro do carbono e a regulação do clima e o fornecimento de alimentos.
O evento integra também as comemorações dos 40 anos da Vale no Pará. Na região, a Vale desenvolve suas principais atividades diversificadas de mineração, com produção de ferro, cobre e níquel – minerais essenciais para a descarbonização e a transição energética global, além da operação da Estrada de Ferro Carajás (EFC).
Ao longo das últimas décadas, o setor de mineração consolidou o estado paraense como uma referência nacional fundamental ao desenvolvimento do país, impulsionando arrecadação, geração de empregos e movimentando toda cadeia produtiva de fornecimento de bens, insumos e equipamentos e a prestação de serviços. Hoje, a empresa emprega mais de 50 mil profissionais, entre próprios e terceirizados, em suas operações e projetos em implantação no Pará.
