Pará

Paragominas se consolida como uma das cidades mais ricas do agronegócio

O município tem um grande potencial no setor agrícola e pecuário, tornando-se exemplo nacional de desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade e inovação tecnológica. Foto: Bruno Cecim/Ag. Pará
O município tem um grande potencial no setor agrícola e pecuário, tornando-se exemplo nacional de desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade e inovação tecnológica. Foto: Bruno Cecim/Ag. Pará

Nas últimas décadas, o município de Paragominas, no Sudeste do Pará, vivencia uma revolução no cenário produtivo, se consolidando como uma das cidades mais ricas do Brasil no agronegócio. Hoje, ocupa a 61ª posição entre as 100 cidades, segundo dados divulgados neste ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O estudo mostra, ainda, que Paragominas ocupa o primeiro lugar na Região Norte, com mais de R$ 2 bilhões em valor produzido em 2022. O município tem um grande potencial no setor agrícola e pecuário, tornando-se exemplo nacional de desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade e inovação tecnológica. Todo esse potencial vem crescendo com o apoio decisivo do governo do Estado, que investe em programas de incentivo. Por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o Estado garante proteção e promoção da agropecuária.

A Adepará trabalha para formular políticas públicas que atendam a produtores rurais de diferentes tamanhos, contribuindo para o crescimento do agronegócio no Estado e garantindo a qualidade de produtos agropecuários.

Líder em grãos – Nesse cenário de transformação, Paragominas deixou no passado modelos produtivos ultrapassados, principalmente na atividade madeireira, para se tornar o maior produtor de grãos do Pará, reunindo 255 unidades produtivas de soja cadastradas na Agência de Defesa. A área plantada é superior a 600 mil hectares, de onde sai uma produção próxima de 600 mil toneladas, representando cerca de 24% da produção estadual.

Hoje, o Pará ocupa a 13ª colocação na produção nacional de soja, com mais de 2,5 milhões de toneladas: 1,75% da produção brasileira.

Entre as propriedades do município está a Fazenda Matsuzaki, do produtor Edival Akito Matsuzaki, membro de uma família de agricultores do município de Tomé-Açu (que abriga uma das maiores comunidades de descendentes de japoneses do País), também no nordeste paraense, desde o ano 2000 vem investindo na produção de soja. Akito, como é mais conhecido, possui 1.150 hectares de plantio, produz 60 sacas de grãos por hectare e constata que a produção na região vem crescendo com o apoio do governo do Estado.

Foto: Agência Pará

“A Adepará é, além de um órgão fiscalizador, que nos orienta de como utilizar os defensivos agrícolas corretamente e descartar as embalagens para não causar danos ambientais, nos auxilia na questão do vazio sanitário, quando não podemos plantar e devemos eliminar todas as ervas daninhas para não propagar as doenças nas plantações, garantindo a qualidade dos nossos grãos”, informa o produtor.

Akito Matsuzaki também destaca que a qualidade do solo e dos grãos vem sendo aperfeiçoada, por meio dos demais órgãos do Estado, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que oferece técnicas que garantem um solo mais produtivo.

Defesa – Há três períodos de Vazio Sanitário da Soja no Pará, e a Agência aos produtores que evitem cultivar o grão para impedir a proliferação de pragas. Durante o Vazio Sanitário são proibidos o cultivo de soja e a presença de plantas vivas da espécie nas propriedades. O objetivo é proteger as plantações do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, considerada uma das doenças mais severas na cultura da soja, podendo ocasionar até 90% de perda da safra.

“Nosso trabalho na região é garantir a qualidade das plantações, evitando a entrada de pragas que possam causar prejuízos aos produtores. Assim, realizamos a fiscalização constante nas propriedades para certificar se os produtores estão cumprindo com as orientações. Nosso trabalho é realizar a defesa fitossanitária da agricultura paraense, para que continue em expansão”, destaca a agrônoma e agente fiscal da Adepará, Ruth Souza.

A Agência de Defesa também faz o cadastro anual de produtores, monitora a ocorrência de pragas no período de safra e fiscaliza o cumprimento do Vazio Sanitário e do calendário de semeadura. O cadastro anual de produtores na Adepará permite uma ação mais rápida e eficiente em emergências fitossanitárias e no combate a focos de pragas.

Expansão pecuária – No cenário econômico regional, Paragominas também investe na pecuária, estando em 18º lugar entre os municípios paraenses desta cadeia produtiva, com um rebanho de 404.653 animais.

A Agência de Defesa tem um papel fundamental no desenvolvimento da cadeia, por estar presente em todas as etapas, pautando suas ações em diretrizes dos programas sanitários nacionais, e assim garantindo a sanidade dos rebanhos.

“A Agência de Defesa possui um fundamental papel no desenvolvimento econômico não somente da região, mas em todo o Estado. O principal sucesso da expansão da pecuária no município está ligado diretamente à sanidade animal, por meio da inspeção e controle de doenças, que visam à qualidade dos alimentos de origem animal”, ressalta Josino Gomes, gerente da Unidade Regional da Adepará no município.

Foto: Agência Pará

“Temos um apoio grande do governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Semas), Emater e Adepará, que sempre está realizando inspeção na fazenda, e com a vacinação, que garante a sanidade do rebanho”, conta o pecuarista Pércio Barros, que tem 1.200 animais em sua criação de gado de elite. Sua propriedade está entre as seis fazendas do município que possuem o bem-estar animal mais evoluído, segundo projeto de sustentabilidade de uma mineradora com atuação local.

Esse nível de qualidade também é reflexo do trabalho que a Agência de Defesa desenvolve na propriedade, incluindo a inspeção dos animais e vacinação assistida. Também mostra que o pecuarista segue todas as recomendações dos médicos veterinários da Adepará. “Os pecuaristas se dedicam à alimentação, sanidade, reprodução e bem-estar animal, sendo responsáveis por fortalecer e movimentar a economia do País. Cumprem uma atividade essencial para a segurança alimentar do Brasil, levando proteína animal à mesa de paraenses, brasileiros e estrangeiros ao redor do mundo”, informa a diretora de Defesa e Inspeção Animal, Adriele Cardoso.

Sustentabilidade – O Programa Estadual de Integridade é uma das principais estratégias de incentivo que o Governo do Pará desenvolve para a cadeia produtiva, ao garantir os avanços do setor pecuário e a qualidade do rebanho, além promover a sustentabilidade e aumentar a renda dos produtores.

O Programa também visa ao controle efetivo do trânsito de cada animal que circula pelo território paraense, tendo como pilares a rastreabilidade e implantação de chips no gado, a fim de preservar a cadeia em todas as fases, da produção à comercialização. Caber à Agência de Defesa a normalização deste processo.

A rastreabilidade também é essencial para manter a preservação sanitária do rebanho, principalmente após a última vacinação contra a Febre Aftosa, prevista para o primeiro semestre de 2024.

O Pará é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como estado livre da febre aftosa com vacinação. A Adepará vem desenvolvendo diversas ações estratégicas previstas no Plano Estadual de Erradicação da Febre Aftosa para obter o novo status sanitário. Das ações, 88% já foram concluídas.

Com um rebanho bovino de 25.946.824 animais, o segundo maior do País, o Pará vai retirar a vacinação e abrir novos mercados para o setor pecuário, ao agregar valor aos produtos cárneos e promover geração de emprego e renda.