Pará

Paraenses revelam suas principais metas para 2024

Especialista explica que fazer balanços e elaborar novos sonhos é saudável, mas é preciso levar em conta a própria realidade
Especialista explica que fazer balanços e elaborar novos sonhos é saudável, mas é preciso levar em conta a própria realidade

Pryscila Soares

O período de final de ano costuma deixar as pessoas mais sensíveis. A prova disso é que o ser humano acaba fazendo mentalmente uma espécie de “retrospectiva” de tudo o que vivenciou ao longo daquele ano, fazendo um balanço de suas conquistas e das coisas que pretendia, mas que não conseguiu realizar. Nesta época é também muito comum as pessoas começarem a planejar e estabelecer novos planos para o ano seguinte, no sentido de alcançar determinados objetivos.

Mas, afinal de contas, existe um momento ideal para fazer esse “balanço” e traçar metas? Para Paulo Monteiro, psicólogo clínico cognitivo-comportamental, é importante estabelecer objetivos, desde que sejam tangíveis e alinhados à realidade de cada pessoa. As metas e os sonhos são particularidades de cada um e, por isso, não existe um padrão a ser seguido, de acordo com o psicólogo.

“Planejar metas e objetivos é ter autoconhecimento sobre quais são os meus desejos que vão nortear o alcance de um determinado objetivo. Traçando esses objetivos, vou estar me conhecendo e percebendo quais as minhas reais necessidades. Nossos valores funcionam como uma bússola para poder seguir uma vida plena”, disse.

PLANEJAR

Segundo o especialista, é essencial entender os próprios ciclos e, a partir disso, definir novos objetivos e até recomeços, caso necessário. “Não existe um momento ideal. Culturalmente, a gente é bombardeado nesse final de ano. Empresas fazem balanços e as pessoas estão querendo se comparar a elas, também, fazendo balanços, quando, na verdade, as metas de final de ano se tornam uma fábrica de frustrações. Não necessariamente este período vai coincidir com os ciclos da minha vida”, pontua.

Para Paulo, os ciclos têm mais a ver com as questões emocionais do que com o tempo cronológico. Ele ressalta ainda que a meta precisa ser específica e vir acompanhada de um passo a passo para que possa ser alcançada. Por exemplo, se o objetivo da pessoa é emagrecer, ela vai precisar adotar algumas medidas práticas como iniciar um acompanhamento com um nutricionista, fazer atividades físicas e etc.

“O ideal é que eu trace metas quando consigo um novo emprego, quando termino um relacionamento, quando encerro um ciclo na minha vida”, exemplifica. “Não existe nenhum problema em traçar metas no final do ano, mas isso não deve ser feito obrigatoriamente por todas as pessoas. O primeiro passo é definir com clareza uma meta específica. Precisa ser de acordo com aquilo que estou vivendo, uma meta alcançável. As pessoas devem se perguntar primeiro por que aquele objetivo é importante para ela”, destaca.

METAS ALCANÇADAS

O desejo de ter uma carreira na área da saúde fez a técnica de enfermagem Sabrina Pacheco, 35, manter o foco para concluir o curso este ano Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

O desejo de ter uma carreira na área da saúde fez a técnica de enfermagem Sabrina Pacheco, 35, manter o foco para concluir o curso este ano. E ela já faz planos para 2024. “Consegui me formar esse ano era uma meta. Graças a Deus consegui e, para o próximo ano, a meta é buscar um emprego na minha área. Esta é a motivação para ir atrás do meu objetivo”, conta.

Apesar da pouca idade, a universitária Ligia Martins, 19, planejou deixar a casa dos pais, em Muaná, no Arquipélago do Marajó, para morar e trabalhar em Belém, em 2023. Ela conseguiu realizar o sonho.

Apesar da pouca idade, a universitária Ligia Martins, 19, planejou deixar a casa dos pais, em Muaná, no Arquipélago do Marajó, Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

“Ano passado finalmente decidi no período do Enem o curso que eu queria, arquitetura e urbanismo, e resolvi que ia me mudar no ano seguinte para fazer esse curso. Fiz a inscrição no vestibular e consegui a minha bolsa. Mudei na coragem, porque deixei a família lá. A saudade é grande. Já concluí um ano desse sonho e foi uma meta que estipulei e consegui cumprir”, vibra.

Já para a estudante de enfermagem Gabriela Souza, 19, não desistir da faculdade foi o objetivo que ela estabeleceu e cumpriu este ano.

Já para a estudante de enfermagem Gabriela Souza, 19, não desistir da faculdade foi o objetivo que ela estabeleceu e cumpriu este ano. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

“Sempre tive vontade de entrar na área da saúde. Desde o primeiro semestre, comecei a fazer várias coisas que apareciam para conseguir carga-horária e ter um bom currículo. Sou diretora de uma liga direcionada à saúde do homem, palestrante e agora estou fazendo cursinho para concurso. Foi ficando pesado e provocou ansiedade. Bateu aquela vontade de desistir. Mas continuar tentando conciliar tudo isso foi uma meta e o meu grande sonho é ser perita criminal”, afirma.