Paraense está entre vencedoras do Prêmio Mulheres do Agro 2025

O trabalho feminino no setor do agronegócio brasileiro acaba de ser reconhecido no 8° Prêmio Mulheres do Agro, realizado pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), durante o 10° Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA), nesta quarta-feira (22).

A homenagem teve como palco o Transamérica Expo Center, em São Paulo, e contemplou dez destaques em quatro categorias: Ciência e Pesquisa, Pequena Propriedade, Média Propriedade e Grande Propriedade.

A paraense Francisca Luciana Araújo Lisboa de Athayde, produtora de cacau, café e frutas em Igarapé-Açu, foi uma das homenageadas pelo trabalho realizado no município. A premiada não conseguiu estar presente para receber o troféu, mas gravou um vídeo em que agradeceu o reconhecimento na terceira colocação da categoria Pequena Propriedade.

“Somos mulheres fortes, que transformam a terra em futuro, que plantam com amor, e colhem com propósito. Infelizmente não pude estar presente pois por uma feliz coincidência eu estou participando de outra premiação, que também celebra o empreendedorismo, os impactos positivos no campo, mas meu coração está aí”, comemorou.

Além de Luciana, a categoria teve em 2º lugar Fabiane Kiyoko Shimokomaki, produtora de café em Monte Carmelo, Minas Gerais. Já o 1º lugar ficou com Lucivanda Fernandes Siqueira, produtora de rosas em Ubajara, Ceará.

Daniela Barros, diretora de Comunicação da Divisão Agrícola da Bayer no Brasil, pontua que a premiação constata o levantamento do Instituto Quiddity, na pesquisa “Produtoras Rurais e inovação no Campo”, de que mais de 80% dos entrevistados reconhecem que as mulheres se destacam por serem criativas, questionadoras e propositivas. “É essa força que o Prêmio Mulheres do Agro reconhece e amplifica, pois acreditamos que a atuação feminina vem contribuindo para que o agronegócio continue seu caminho de inovação e sustentabilidade”.

Para Gislaine Balbinot, Diretora Executiva da Abag, a iniciativa não apenas destaca, mas amplifica a voz e o impacto dessas produtoras rurais e pesquisadoras. “Elas são a prova viva de que a evolução do agro se perpetua também pelo talento e dedicação delas, transformando o setor de dentro para fora.

Outras Vencedoras

Categoria Ciência e Pesquisa: 1º lugar – Dalilla Carvalho, de Machado, Minas Gerais.Na categoria Média Propriedade, o 1º lugar ficou com Naiara Kasmin de Oliveira, produtora de café e pecuarista em Varginha, Minas Gerais. O 2º lugar com Maria Helena da Silva Monteiro, produtora de café em Dourado, São Paulo e o 3º lugar com Rhaissa Martins Gustin, produtora de gado e leite em Monte Alegre de Minas, Minas Gerais.

Entre as indicadas à categoria Grande Propriedade, o 1°, 2° e 3° lugares ficaram, respectivamente, com Flávia Strenger Garcia Cid, produtora de plantas aromáticas e óleos essenciais em Querência do Norte, Paraná; Cláudia Carvalho Calmon de Sá, produtora de cacau em Salvador, Bahia e Juliana Basso, pecuarista de gado e leite, e produtora de café, milho, semente e soja em Presidente Olegário, Minas Gerais.

Quem é a Paraense Premiada

A engenheira agrônoma Francisca Luciana Araújo Lisboa de Athayde é proprietária e uma das fundadoras do Sítio Agroecológico Tolú, localizado na zona rural de Igarapé-Açu (PA). Com práticas inovadoras de utilização de resíduos orgânicos das agroindústrias locais, o Sítio Agroecológico Tolú é uma unidade familiar de produção orgânica que se tornou referência em práticas sustentáveis na Amazônia. Transformando um pasto degradado em área produtiva e biodiversa, a engenheira agrônoma desenvolveu ali a técnica de compostagem laminar, que já reciclou cerca de 2,5 milhões de quilos de resíduos orgânicos do comércio local, contribuindo para a redução de custos de produção, a destinação adequada de resíduos e a descontaminação de solos e mananciais.

Além do cultivo de frutas, café e cacau em sistema agroflorestal, Francisca destaca a produção de chocolates orgânicos, com planos de expansão para os mercados europeu e africano. A propriedade adota a agricultura regenerativa, o manejo de solo e água, e a diversificação de sistemas agroalimentares para combater a crise climática e promover a biodiversidade.

Com o trabalho reconhecido nacionalmente e inúmeros prêmios, ela acredita que o caminho mais seguro para a restauração do solo e da biodiversidade é investir em agroecossistemas ecológicos, reproduzindo o que a própria natureza aponta como saída.

Ela também é ativista ambiental e co-fundadora do Instituto de Desenvolvimento Amazônia Sustentável (IDEASSU). Sua gestão no Sítio Tolú é marcada por decisões descentralizadas e um forte investimento no capital humano, oferecendo capacitação, plano de carreira, bonificações e um ambiente de trabalho inclusivo. (O jornalista viajou a convite da Bayer)

Editado por Luiz Octávio Lucas