Pará

Paraense é a primeira a comandar Hospital do Exército

Natural de Abaetetuba, nordeste paraense, a Tenente-Coronel Médica Dinalva Ferreira da Costa do Carmo, tomou posse recentemente do cargo para comandar mais de 300 militares que atuam no espaço ligado à 8ª Região Militar. Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
Natural de Abaetetuba, nordeste paraense, a Tenente-Coronel Médica Dinalva Ferreira da Costa do Carmo, tomou posse recentemente do cargo para comandar mais de 300 militares que atuam no espaço ligado à 8ª Região Militar. Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Wesley Costa

Neste dia, diversas histórias podem ser contadas sobre a presença feminina fortalecendo ainda mais o papel da mulher em seus lugares de desejo e direito, como por exemplo, nas Forças Armadas.

O ano de 1823 foi um marco dentro do universo dos quartéis. Foi nesse período que ficou registrada a presença de Maria Quitéria de Jesus, primeira mulher que lutou em combate pela manutenção da independência do Brasil. Porém, somente 20 anos depois, o Exército Brasileiro passou a integrar oficialmente as mulheres em seus batalhões, sendo a maioria na área da saúde. Mesmo com a demora, foram todas essas lutas e mudanças históricas que proporcionaram que uma mulher assumisse, pela primeira vez, a direção do Hospital Geral do Exército (HGE) de Belém.

Natural de Abaetetuba, nordeste paraense, a Tenente-Coronel Médica Dinalva Ferreira da Costa do Carmo, tomou posse recentemente do cargo para comandar mais de 300 militares que atuam no espaço ligado à 8ª Região Militar.

“Sinto-me feliz em contribuir e mostrar que mulheres possuem condições de chegar em um posto que era ocupado somente por homens. Destaco que a preparação técnica ao longo da vida, somada a capacidade que temos, é possível chegar em qualquer lugar, até mesmo nesse posto de dirigir o maior hospital da Amazônia Oriental”, disse.

Aprovada no concurso do exército no ano 2000, e egressa da 4ª turma de mulheres da Escola de Saúde do Exército, a militar lembra que, no despertar do desejo de servir o país, através das forças armadas, nunca imaginou a possibilidade de chegar a um dos cargos de grande destaque.

“São 23 anos de carreira militar e quando entrei, ter essa oportunidade de chegar onde estou era um sonho distante. Ainda não temos, por exemplo, mulheres no maior posto que é o posto de generalato. Mas acredito que isso será alcançado nos próximos anos para fechar esse ciclo”, diz a Tenente-coronel.

Segundo o Comando Militar do Norte (CMN), o efetivo de militares nos Estados do Pará, Maranhão e Amapá corresponde a 9.166 pessoas, sendo 487 mulheres. Nesse recorte, a abaetetubense Dinalva se destaca novamente sendo uma das cinco mulheres a possuir a patente de Tenente-Coronel na 8RM.

“Nesta instituição tive a oportunidade de crescer profissionalmente e pessoalmente. Por isso, a mensagem que deixo para todas que desejam ingressar e se destacar nas forças armadas, é que estamos aqui para recebê-las, proporcionar iguais condições para exercer até mesmo os postos mais altos da instituição”, garante a primeira diretora do HGE Belém.