Pará

Pará teve perdas de empregos para quem tem mais de 50 anos

Pryscila Soares

Um novo balanço do Dieese, que teve como foco o perfil dos trabalhadores com 50 anos de idade ou mais, apontou que a geração de mais de 44 mil postos de trabalhos no ano passado não foi favorável para todas as faixas etárias. O recorte baseado na flutuação dos empregos formais na faixa etária acima de 50 anos revelou perdas de postos de trabalhos formais no comparativo entre admitidos e desligados.

A pesquisa mostra que, somente na faixa etária acima de 50 anos, foram feitas 28.260 admissões, contra 31.133 demissões, gerando um saldo negativo de 2.873 postos de trabalhos formais, no ano passado.

O estado do Pará encerrou o ano de 2023 com um total de 448.422 admissões no mercado de trabalho formal, contra 403.571 desligamentos, gerando um saldo positivo de 44.851 postos de empregos formais. O levantamento é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pará), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged/Ministério do Trabalho.

Considerando a divisão por gênero entre trabalhadores acima dos 50 anos, foi identificado que a maior perda de postos de trabalho ocorreu entre pessoas do sexo masculino, com saldo negativo de 1.786 empregos formais, o que equivale a 62,2% do total de postos perdidos. Para pessoas do sexo feminino, o saldo negativo foi de 1.087 postos de trabalhos, o equivalente a 37,8% do total de postos perdidos.

SETORES

Com relação aos macros setores econômicos, no Pará, o setor da construção civil foi o único que apresentou resultado positivo, com a geração de 104 postos de trabalho para os trabalhadores com 50 anos ou mais. Os demais registraram redução de empregos formais, com destaque para o setor de serviços, onde houve a perda de 1.568 postos de trabalhos, seguido da indústria com a perda de 749 postos de trabalhos. Na sequência, o setor da agropecuária registrou a perda de 371 postos de trabalhos e, por fim, o setor de comércio, apresentou a redução de 289 postos de trabalho.

O levantamento mostrou ainda que o desemprego atingiu pessoas com diferentes graus de escolaridade. Cerca de 40% das pessoas acima dos 50 anos que perderam seus empregos possuem o ensino médio (completo e incompleto). E quase 30% possuem o ensino superior (completo e incompleto).

O único setor que empregou mais pessoas acima dos 50 anos foi o da construção civil
FOTO: wagner santana