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Pará tem maior número de pessoas com deficiência do Norte

Pará tem maior número de pessoas com deficiência do Norte Pará tem maior número de pessoas com deficiência do Norte Pará tem maior número de pessoas com deficiência do Norte Pará tem maior número de pessoas com deficiência do Norte
O Pará é o estado da região Norte com a maior proporção de moradores com deficiência. São quase 10% da população paraense, segundo dados do IBGE
O Pará é o estado da região Norte com a maior proporção de moradores com deficiência. São quase 10% da população paraense, segundo dados do IBGE

Luiza Mello

O Pará é o estado da região Norte com a maior proporção de moradores com deficiência. São quase 10% da população paraense, segundo dados divulgados ontem pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, em sua publicação “Pessoas com deficiência 2022”, um total de 813 mil pessoas a partir de 2 anos de idade ou mais, que apresentam algum tipo de deficiência. Na região, 8,4% dos entrevistados disseram ter alguma deficiência. No ranking das regiões, o Nordeste (10,3) registra a maior porcentagem de PcDs.

A maior parte dessas pessoas eram mulheres, que totalizavam 450 mil habitantes, ou 53,3% do total. Em Belém, a pesquisa apontou a existência de 132 mil pessoas com deficiência, e desse total, 82 mil eram mulheres (61,8%). A coleta de dados ocorreu nos meses de agosto, setembro e outubro de 2022.

Na semana em que o IBGE apurou essas informações, 62,9% dessa população respondeu estar fora do mercado de trabalho (473 mil moradores paraenses). Os que trabalham na informalidade somam 75,8% das pessoas que declaram ter algum tipo de deficiência. Na Região Metropolitana de Belém essa taxa é 65,7%.

Do total de habitantes com alguma deficiência que vivem no Pará, 14,4% são os responsáveis pelo domicílio (383 mil). Em Belém essa proporção era de 13,7% (66 mil). Para ambos os níveis geográficos, os percentuais de mulheres nessa dupla condição (pessoas com deficiência e responsáveis pelo domicílio) era maior do que os dos homens.

A média de rendimento habitual de trabalho foi de R$ 1.227,00 para as pessoas com deficiência, enquanto era de R$ 2.060,00 para as pessoas sem deficiência residentes no Pará. Na RMB essa média chega a R$ 1.395,00. A média de rendimento no Brasil de  pessoas com deficiência era de R$ 1.923,00, enquanto aqueles sem deficiência ganhavam em média R$ 2.777,00.

Na região Norte, problemas de visão com dificuldade para enxergar mesmo fazendo uso de óculos ou lentes de contato foi o mais citado entre os entrevistados pelo IBGE, com 35,3% de respostas afirmativas. Dificuldades para aprender, se concentrar e lembrar-se dos fatos é o segundo tipo de deficiência pontado pela população da região, com 30,1%.

A divulgação do relatório PNAD Contínua “Pessoas com deficiência 2022”, produzido pelo IBGE é uma ação alinhada à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, cujo lema é “não deixar ninguém para trás”; e à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas, da qual o Brasil é signatário. A pesquisa disponibiliza resultados para Brasil, grandes regiões, estados e DF, regiões metropolitanas e todas as capitais, revelando que o país tem 18,6 milhões de pessoas (8,9% da população com 2 anos de idade ou mais) com algum tipo de deficiência.

Seguindo recomendações internacionais (ONU e UNICEF), foram investigados domínios funcionais relacionados a enxergar; ouvir; andar ou subir degraus; funcionamento dos membros superiores; cognição (dificuldade para aprender, lembrar-se das coisas ou se concentrar); autocuidado; comunicação (dificuldade de compreender e ser compreendido).

A PNAD Contínua produz indicadores para acompanhar as flutuações trimestrais e a evolução, a médio e longo prazos, da força de trabalho e outras informações necessárias para o estudo e desenvolvimento socioeconômico do País.