Pará

Pará tem 80 mil de indígenas, aponta Censo 2022

O Projeto de Lei foi aprovado na Assembleia Legislativa no final de agosto deste ano e se faz necessário para o atendimento de pessoas da educação escolar indígena. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Projeto de Lei foi aprovado na Assembleia Legislativa no final de agosto deste ano e se faz necessário para o atendimento de pessoas da educação escolar indígena. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O IBGE divulga os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para a população Indígena. Os indígenas no Brasil somam 1.693.535 pessoas, o que corresponde a 0,83% da população brasileira. Segundo o Censo, 51,25% da população indígena do Brasil está na Amazônia: 867.919 pessoas indígenas, o que corresponde a 3,26% da população total da Amazônia Legal Brasileira.

A região Norte é a primeira em números absolutos, com 753.357 pessoas indígenas, das quais, 80.974 vivem no Pará, 6º estado brasileiro em números absolutos de indígenas. No Pará, 1% da população é indígena e 51,64% da população indígena residente no Pará vive dentro de Terras Indígenas (TIs).

Acima do Pará, em população absoluta, os estados com maiores populações de pessoas indígenas são: Amazonas, com 490.854; Bahia, com 229.103; Mao Grosso do Sul, 116.346; Pernambuco com 106.634; Roraima, 97.320.

No que se refere à proporção de pessoas indígenas em relação à população total de cada estado, lideram o ranking dos 10 estados com maiores percentuais: Roraima, onde 15,29% da população é indígena; Amazonas (12,45%); Mato Grosso do Sul (4,22%); Acre (3,82%); Bahia (1,62%); Mato Grosso (1,59%); Amapá (1,55%); Rondônia (1,34%); Tocantins (1,32%); Pernambuco (1,38%). O Pará aparece em 11º lugar com 1% de sua população tendo se autodeclarado como indígena.

As TI’s mais populosas do Brasil são: Yanomami (AM/RR), com 27.152 pessoas; Raposa Serra do Sol (RR), com 26.176 pessoas; Évare I (AM), com 20.177; Alto Rio Negro (AM), com 18.042 e Andirá Marau (AM/PA), com 14.307 pessoas.

O Pará tem 49 Terras Indígenas, sendo as 10 com maiores quantidades de pessoas indígenas:

  1. Munduruku 9.257 pessoas indígenas
  2. Kayapó 5.455
  3. Andirá-Marau 3.183
  4. Parque do Tumucumaque 2.250
  5. Alto Rio Guamá 1.926
  6. Xikrin do Rio Catete 1.727
  7. Sai-Cinza 1.653
  8. Parakanã 1.325
  9. Nhamundá/Mapuera 1.298
  10. Menkragnoti 1.291

Em cinco Terras Indígenas do Pará, 100% da população residente se autodeclarou “indígena”: 

Menkragnoti (1.291 pessoas);

Baú (672 pessoas);

Rio Paru D’Este (385 pessoas);

Panará (370 pessoas indígenas);

Zo’é (330 pessoas);

Em 34 TI’s o percentual de indígenas na população total ficou entre 80 e 99%. Dentre essas, as 10 de percentuais mais próximos de 100% foram:

Parque do Tumucumaque 99,96% do total de residentes se autodeclarou “indígena”

Nhamundá/Mapuera 99,92%

Andirá-Marau 99,84%

Arara 99,74%

Munduruku 99,73%

Trombetas/Mapuera 99,68%

Parakanã 99,55%

Sai-Cinza 99,46%

Xikrin do Rio Catete 99,42%

Kaxuyana-Tunayana 99,36%

Em 4.832 municípios do Brasil, o Censo 2022 registrou a existência de pessoas indígenas. No Pará, o Censo 2022 revelou a existência de indígenas em todos os municípios, sendo os 10 com maiores populações indígenas, em números absolutos: 

  1. Santarém 16.955 indígenas
  2. Jacareacanga 14.216
  3. Altamira 6.194
  4. Oriximiná 3.805
  5. Aveiro 3.208
  6. Itaituba 2.720
  7. Cumaru do Norte 2.487
  8. São Félix do Xingu 2.451
  9. Belém 2.125
  10. Parauapebas 1.971

A participação de indígenas é mais relevante nas populações dos seguintes municípios:

  1. Jacareacanga 59,13% da população é indígena
  2. Cumaru do Norte 17,72% da população é indígena
  3. Aveiro 17,54% da população é indígena
  4. Belterra 9,92% da população é indígena
  5. Pau D’Arco 6,64% da população é indígena
  6. Bom Jesus dTocantins 6,28% da população é indígena
  7. Oriximiná 5,57% da população é indígena
  8. Bannach 5,36% da população é indígena
  9. Santarém 5,11% da população é indígena
  10. Altamira 4,91% da população é indígena

 

Em relação aos domicílios particulares ocupados, o IBGE destaca o caso específico das malocas: os recenseadores foram treinados para, ao adentrar nesse tipo de habitação coletiva, identificar cada núcleo familiar ali residente para considerar cada um desses núcleos como “1 domicílio”.

No Brasil, existem indígenas residindo em 630.041 domicílios ocupados: 0,87% do total de domicílios ocupados no Brasil.

No Pará, são 24.880 domicílios com, pelo menos, um residente autodeclarado como indígena, o que representa 1,02% do total de domicílios no estado. 

No Pará, 83,04% dos domicílios com, pelo menos, uma pessoa indígena (16.779 domicílios) estão fora de Terras Indígenas. Dentro de Terras Indígenas, o Censo 2022 registrou 8.101 domicílios paraenses.

No Brasil, a média de moradores nos domicílios em que, pelo menos, um dos residentes é indígena foi de 3,64 pessoas (sendo que a média para a população em geral, no Brasil, foi de 2,79 pessoas). Quando se fez a divisão entre domicílios localizados “em Terras Indígenas” e “fora de Terras Indígenas”, verificou-se que a média de moradores é maior nos domicílios dentro das TIs: 4,6 pessoas nos domicílios dentro das TIs, contra 3,37 pessoas nos domicílios fora das TIs.

No Pará, a média de moradores nos domicílios em que se identificou, pelo menos, uma pessoa indígena é de 4,27 pessoas. Na divisão por localização desses domicílios, têm-se que, nos domicílios localizados dentro das TIs essa média é maior: 5,21 pessoas. Já nos domicílios fora das TIs, a média ficou em 3,82 pessoas vivendo juntas, em cada domicílio.

Autodeclaração e limites territoriais

O Censo 2022 contou como indígenas todas as pessoas que se autodeclararam como tal, fossem habitantes de Terras Indígenas (TI’s) ou residentes fora dessas áreas. No que se refere à localização dessas pessoas, o IBGE trabalhou com três categorias territoriais: Terras Indígenas oficialmente delimitadas (áreas que contam com alguma delimitação formal da FUNAI); Agrupamentos Indígenas (conjunto de 15 ou mais indivíduos indígenas, em uma ou mais moradias espacialmente contíguas, vinculados por laços familiares ou comunitários); e Outras Localidades Indígenas (incluiu: ocupação domiciliar dispersa em áreas rurais e urbanas; entorno das Tis e agrupamentos; área constatada ou com potencial de ocupação indígena).

Fonte: Com informações do IBGE