ESTUDO

Pará sente impacto menor com tarifas dos EUA, mas setor segue em alerta

Essa é a conclusão de um levantamento da FIEPA, realizado pelo seu Centro Internacional de Negócios (CIN) e pelo Observatório da Indústria do Pará.

Essa é a conclusão de um levantamento da FIEPA, realizado pelo seu Centro Internacional de Negócios (CIN) e pelo Observatório da Indústria do Pará.
Essa é a conclusão de um levantamento da FIEPA, realizado pelo seu Centro Internacional de Negócios (CIN) e pelo Observatório da Indústria do Pará.. Foto: Pixabay

Mesmo com a imposição de tarifas adicionais de até 50% pelos Estados Unidos sobre uma série de produtos brasileiros, as exportações do Pará devem sentir apenas um impacto moderado. Essa é a conclusão de um levantamento da FIEPA, realizado pelo seu Centro Internacional de Negócios (CIN) e pelo Observatório da Indústria do Pará.

A razão para o efeito atenuado está nas cerca de 700 exceções concedidas pelo governo americano — entre elas, os principais itens da pauta exportadora paraense com os EUA. O estudo revela que, entre os dez produtos mais vendidos pelo Pará ao mercado norte-americano, sete ficaram totalmente fora da nova tarifa de 40%.

Produtos como alumina calcinada (responsável por 32,1% das exportações para os EUA), ferro fundido bruto (14,9%), alumínio não ligado (5,46%), outros tipos de silício (4,75%), bulhão dourado (3,21%) e ferro-níquel (3,05%) continuarão livres da sobretaxa. Já sucos de frutas terão taxação parcial, enquanto hidróxido de alumínio, sebo bovino fundido e madeira tropical perfilada serão integralmente tarifados.

Estimativa é que exportações do Pará caiam mais de 20%
Mesmo com esse cenário relativamente favorável, a estimativa é de que o volume exportado pelo Pará aos EUA caia 20,1% entre os produtos afetados — o que representaria uma retração de 1,1% nas exportações totais do Estado.

O impacto estimado no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, nesse cenário com isenções, é de R$ 403 milhões, reduzindo a projeção de crescimento do PIB de 3,5% para 3,38% em 2025 — uma queda de 3,31% na expectativa de avanço econômico.

Cenários de Impacto Econômico da Tarifa dos Estados Unidos

No entanto, a FIEPA também simulou um cenário mais crítico, no qual todos os produtos exportados seriam tarifados. Nesse caso, as exportações totais recuariam 2,81%, com impacto direto de US$ 306 milhões e perda de até R$ 973 milhões no PIB estadual. A previsão de crescimento econômico cairia mais drasticamente: de 3,5% para 3,22%, representando um encolhimento de 8% na projeção inicial.

O presidente da FIEPA, Alex Carvalho, alertou que, apesar das isenções, a indústria paraense permanece vigilante. “A preocupação não é apenas econômica. Há impactos sociais que precisam ser analisados. Mesmo dentro dos 20% de produtos que seguem tarifados, há empresas cuja exportação é quase totalmente dependente desses itens. Isso pode afetar diretamente a geração de empregos e a sobrevivência de negócios locais”, destacou.

A FIEPA reforça que o momento exige monitoramento constante e uma análise aprofundada sobre os efeitos a médio e longo prazo para a cadeia produtiva do Estado.