Pará

Pará retoma exportação de carnes para a China

O Pará possui o segundo maior rebanho bovino do País, com 26.754.388 animais. Foto: Divulgação
O Pará possui o segundo maior rebanho bovino do País, com 26.754.388 animais. Foto: Divulgação

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, na quinta-feira (23), a retomada da exportação de carne do Brasil para a China, seu principal exportador, após o Ministério ter suspendido de acordo com o protocolo sanitário estabelecido entre os dois países. O anúncio ocorreu em menos de um mês após a identificação do caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida popularmente como o “mal da vaca louca”.

O trabalho ágil feito de defesa sanitária realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) foi decisivo para a retomada. “A forma diligente na condução do atendimento às diretrizes sanitárias pelo Governo do Pará, por meio da Adepará, foi decisiva para que os efeitos e o tempo dos embargos fossem o menor possível, demonstrando a qualidade do serviço de defesa sanitário no Estado do Pará”, ressaltou o diretor geral da Adepará Jamir Macedo.

Desde a suspeita até a confirmação do caso, que ocorreu em uma fazenda no município de Marabá, sudeste do Pará, a Agência de Defesa adotou todas as providências cabíveis, com pronto atendimento e investigação epidemiológica com rastreabilidade de rebanhos conforme a legislação vigente. O material coletado foi encaminhado ao Centro Nacional para Doenças de Animais da Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (National Centre for Animal Disease / Canadian Food Inspection Agency – NCAD/CFIA), laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), localizado em Alberta, Canadá, para realização de testes para tipificação da EEB, a fim de determinar se a forma da doença é a clássica ou a atípica, o que foi identificado como isolado e atípico tipo H, e não representa riscos para a saúde pública e nem para os outros animais.

Todo esse trabalho rápido de investigação comprova que a Adepará possui profissionais qualificados para realizar um serviço veterinário de excelência. “O corpo profissional da Adepará está capacitado, equipado e comprometido em prestar um serviço de excelência em nosso Estado, fato demonstrado pelo curto prazo entre atendimento, realização de exames e conclusão diagnóstica e investigativa, possibilitando célere resposta à sociedade e mercados importadores de nosso agroproduto”, destacou Graziela Oliveira, gerente de defesa animal da Agência.

Durante o anúncio da retomada das exportações, o ministro da agricultura e pecuária Carlos Fávaro, agradeceu todo o esforço feito pela vigilância sanitária do Pará. “Gostaria de agradecer ao governador Helder Barbalho, do Pará, e toda sua equipe que detectou e nos ajudou de forma tão relevante”.

Crescimento da pecuária paraense

O Pará possui o segundo maior rebanho bovino do País, com 26.754.388 animais, o que representa um crescimento superior a 6.062.288 bovídeos em um período de quatro anos. Os dados são da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e têm relação com a adoção de práticas sustentáveis, o uso da tecnologia e a união de esforços entre o setor produtivo e o governo do Pará.

A eficiência da pecuária paraense está em um expressivo crescimento na produção sem expandir a área ocupada, preservando áreas ainda intocadas. O segmento cresce e ocupa uma área de 193.697 quilômetros quadrados (km2), o que corresponde a 15,55% do território paraense, que tem 1.245.870,798 Km 2.

No ranking de rebanho de búfalos, o Pará permanece na liderança, com 750.301 animais. O principal centro de produção bubalina é o Arquipélago do Marajó. O Pará registra um crescimento superior a 30% do rebanho, em comparação a 2019, quando totalizava 20.692.100 animais.

O crescimento é resultado de aporte tecnológico e ações de sustentabilidade, o que pode ser observado na tecnificação da criação de animais, que inclui rotatividade e adubação do pasto, que permite melhor aproveitamento da área e maior lotação de animais; controle sanitário e melhoria genética dos animais, permitindo o abate a partir dos 18 meses, o que antes exigia 60 meses.

Com a agropecuária sendo a segunda pauta do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, o trabalho da Agência de Defesa é essencial para manter o desenvolvimento econômico. Hoje, dos 144 municípios, 52 são dependentes do agronegócio. Assim, as políticas formuladas pela Agência abrangem o pequeno, o médio e o grande produtor rural, e visam atender ao mercado interno e também fazer com que os produtos agropecuários tenham competitividade em preço e qualidade nos mercados nacionais e internacionais.