Pará

Pará registra quase 11 mil casos prováveis de dengue em 2024

O Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde registrou até o domingo passado, 7, quase 11 mil casos prováveis de dengue no Pará. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
O Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde registrou até o domingo passado, 7, quase 11 mil casos prováveis de dengue no Pará. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde registrou até o domingo passado, 7, quase 11 mil casos prováveis de dengue no Pará. O número exato chega a 10.819, com dois óbitos confirmados e um terceiro em investigação.

A projeção é que o país atinja 4,2 milhões de casos de dengue em 2024, segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.

Segundo o médico Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas, as condições climáticas típicas do início do ano no Brasil, caracterizadas por calor e chuvas, criam um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Além desse fator, a circulação de diferentes tipos do vírus da dengue aumenta a vulnerabilidade da população à doença, uma vez que a imunidade adquirida após a infecção por um tipo não confere proteção contra os demais.

Esses fatores poderiam ter sido previstos com antecedência, diz ele. “O Brasil poderia ter adotado estratégias mais eficientes na preparação contra a dengue, o que potencialmente reduziria o número de casos e mortes”. Especialistas e infectologistas já previam um cenário de explosão de dengue para 2024.

Além das campanhas de orientação à população sobre a eliminação dos criadouros do mosquito durante todo o ano -como estratégia para interromper o ciclo de vida do inseto-, ele menciona a ampliação do acesso à vacinação, melhorias na infraestrutura urbana e investimentos em vigilância epidemiológica para detecção e resposta rápida aos surtos como medidas essenciais para preparação contra a dengue.

A vacina, hoje, está disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que vivem em municípios com população maior ou igual a 100 mil habitantes, alta transmissão de dengue nos últimos dez anos e predominância do sorotipo 2 do vírus. Devido à baixa procura, o Ministério da Saúde estabeleceu uma estratégia de remanejamento de doses para mais cidades.

Na terça-feira (2), durante entrevista a jornalistas, o Ministério da Saúde afirmou que o Brasil vive um momento de declínio da epidemia de dengue.

Em sete estados e no Distrito Federal, o pico já foi atingido e a curva da doença é agora decrescente, segundo a pasta da Saúde. Outras 12 unidades da federação estão em estabilidade. Mas sete estados, especialmente no Nordeste, têm tendência de aumento de casos e óbitos.

Os estados em tendência de alta dos casos são Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. As tendências históricas, no entanto, indicam que o pico das epidemias ocorre mesmo entre março e abril.

A queda, considerada consolidada pela pasta, ocorre no Acre, Amazonas, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima.
Estão em estabilidade Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins. (Com Folhapress)