Com o aumento das chuvas no período conhecido como “inverno amazônico”, neste fim de ano, o Governo do Estado orienta sobre as medidas de proteção que devem ser adotadas para prevenir as arboviroses, que apresentam maior incidência nesta época do ano, quando o clima fica mais propício para que doenças respiratórias, viroses e patologias transmitidas por mosquitos apareçam.
A médica Ilce Menezes, infectologista do Hospital Ophir Loyola, destaca que além das viroses em geral, a leptospirose e a hepatite precisam de atenção especial. “Essas doenças se propagam mais em períodos chuvosos, por conta de alagamentos, quando as pessoas podem entrar em contato com água de esgoto, além do acúmulo de água em locais inadequados, a exemplo de vasos e pneus, que possibilitam a proliferação de mosquitos transmissores de viroses causadas por esses vetores: principalmente dengue, zika e chikungunya”, explica.
Sobre os vírus que causam infecções de vias aéreas superiores (influenza, covid, entre outros), de acordo com a médica, o aumento se dá porque as pessoas acabam se aglomerando com os eventos de fim de ano em locais geralmente fechados por conta das chuvas, o que aumenta a transmissibilidade. “Entre as dicas de prevenção, destaco o combate ao mosquito, com a eliminação dos criadouros, não deixando acumular água parada, evitar locais alagados, recomendo o uso de máscaras em ambientes fechados, caso seja necessário”, diz.
Aline Carneiro, titular da Coordenação Estadual de Arboviroses da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa), reforça que em outubro, o Estado orientou os municípios paraenses na produção de seus planos de contingência.
“Os planos de contingência são a preparação para o período epidêmico, que vai de novembro de um ano até junho do ano seguinte. Envolve previsão de controle vetorial, epidemiologia, assistência, educação e saúde. O Estado já fez o seu envio do modelo norteador para colaborar com os municípios. Também fomentamos a criação das Salas de Situação para as arboviroses regionais e municipais com reuniões periódicas. O papel do estado é capacitar, avaliar, apoiar, supervisionar e distribuição de inseticida. A execução das atividades é municipal”, informa.
Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), o Brasil registrou 1.378.505 casos de dengue de 1º de janeiro a 12 de novembro deste ano, o que representa um aumento de 180,5% no comparativo com o mesmo intervalo de 2021. O Pará apresentou uma elevação de 58,9% nas ocorrências nesse período, com mais de 6 mil casos de dengue, 340 de Chikungunya e 92 de zica.