Maior produtor de cacau do Brasil, o Pará consolida sua posição de destaque com políticas públicas e iniciativas voltadas ao fortalecimento da cadeia produtiva. O governo estadual tem investido em monitoramento de propriedades, educação sanitária, fiscalização do trânsito agropecuário e detecção de pragas, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará).
Além disso, projetos de internacionalização do cacau e mapeamento de áreas agricultáveis, conduzidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), ampliam as oportunidades para os produtores locais.
Combate à Monilíase e capacitação técnica
Em 2025, a Adepará deu início ao projeto “Proteção e Fortalecimento da Cacauicultura Paraense”, aprovado pelo Fundo de Apoio à Cacauicultura (Funcacau). A iniciativa visa prevenir e combater a Monilíase, doença que afeta os cacaueiros, por meio de treinamentos e fiscalização nas fronteiras com Amazonas e Acre.
“Reforçamos a fiscalização fitossanitária para garantir que a praga não atinja o Pará. Também enviamos equipes especializadas a estados vizinhos para auxiliar no controle da doença”, explica Rafael Haber, gerente de Defesa Vegetal da Adepará.
Em fevereiro, a agência capacitou mais de 40 agrônomos em Altamira para emissão de certificados fitossanitários, assegurando a qualidade dos plantios. A Monilíase pode reduzir a produtividade e aumentar custos, impactando o preço final do cacau.
Expansão e valorização do cacau paraense
Nos últimos anos, a área cultivada cresceu cerca de 9 mil hectares, com cerca de mil novos produtores entrando no mercado anualmente. A Sedap tem impulsionado a divulgação do cacau paraense em eventos nacionais e internacionais, como feiras em Belém, Brasília, Ilhéus (BA), Portugal, Bélgica e França, onde são apresentados chocolates artesanais, geleias, licores e outros derivados.
O Programa de Desenvolvimento da Cacauicultura no Pará (Procacau) também tem sido fundamental, oferecendo suporte técnico, sementes híbridas e financiamento para produtores. Outra frente de atuação é o uso de imagens de satélite e sensores remotos para monitorar áreas de cultivo.
“Com o Senar, implantamos cinco escolas de fabricação de chocolates em municípios como Medicilândia e Altamira, além de uma unidade móvel para capacitação. Já são 50 fábricas de chocolates no estado, e esse número deve crescer”, afirma Ivaldo Santana, coordenador do Procacau.
Com investimentos em tecnologia, sanidade e capacitação, o Pará não apenas mantém sua liderança na cacauicultura nacional, mas também abre caminho para que o produto ganhe ainda mais reconhecimento no mercado global.