A Polícia Civil do Pará deflagrou na manhã desta quinta-feira (22) a operação “Muralha Estadual”, com o objetivo de dar cumprimento a mais de 300 mandados judiciais, entre ordens de prisão e de busca e apreensão em todo território estadual. O governador do Pará, Helder Barbalho, e o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Pará, Ualame Machado, apresentaram os principais números na tarde de ontem, em coletiva realizada no Palácio do Governo, em Belém.
Na ocasião, líderes das forças militares estaduais do Pará estiveram presentes. Participaram do evento o secretário de Estado de Administração Penitenciária, coronel Marco Antonio Sirotheau Corrêa Rodrigues; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, coronel Jayme Benjó; o perito criminal e diretor-geral da Polícia Científica, Celso Mascarenhas; o delegado-geral da Polícia Civil, Raimundo Benassully; e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior.
Helder Barbalho ressaltou que a operação foi feita de forma integrada, com todas as superintendências e delegacias do Pará, para o cumprimento da maior operação da Polícia Civil de toda a história do sistema de segurança pública do estado. “É um dia de vitória para a sociedade paraense e do sistema público de segurança contra a criminalidade, o tráfico e a violência no estado. Nós estamos falando de uma operação que, no total, foram 350 mandados judiciais que já nos traz um saldo extremamente importante no combate à criminalidade no Pará.”
Até o momento da coletiva, às 16h, foram 210 prisões efetuadas, sendo 34 em flagrante e 176 por meio de mandados de prisão preventiva. Entre as atividades criminais, o perfil da criminalidade foi relacionado a crimes de tráfico de drogas, roubo, associação criminosa e estupro.
Entre os alvos que foram detidos na operação, estão duas pessoas da maior facção criminosa do Rio de Janeiro e que cumpriam papel de liderança no Pará. A mulher presa em Brasília atuava como tesoureira da facção carioca aqui no estado; já o preso em Manaus era um importante líder desta facção no Pará, sendo responsável pela ordem de incendiar ônibus no bairro de Águas Lindas, em Ananindeua, no mês de abril deste ano. “Duas importantes capturas que diretamente enfraquecem a facção criminosa carioca no Pará”, frisou Helder Barbalho.
Apreensões e Impacto da Operação
Somente no dia de ontem, até o meio da tarde, foram apreendidos 23 quilos de drogas, oito armas de fogo, além de munições, celulares, cartões bancários e adereços que compõem um conjunto de equipamentos voltados à comercialização de entorpecentes no estado.
A operação envolveu 1.200 policiais em todas as regiões do Pará e representa a maior operação já realizada pelo sistema de segurança paraense. A operação foi realizada por meio das Diretorias de Polícia Metropolitana (DPM), de Polícia do Interior (DPI), de Polícia Especializada (DPE), de Atendimento à Grupos Vulneráveis (DAV), Estadual de Combate à Crimes Cibernéticos (DECCC), do Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).
O governador do estado ressaltou também que do início do ano até ontem, as operações pelo Pará totalizaram 2.256 prisões, 326 armas apreendidas e 7,2 toneladas de drogas confiscadas. Quanto às operações da Polícia Civil, foram realizadas 667 neste ano, o que representa um aumento de 20% quando comparado com o número de operações realizadas no mesmo período em 2024.
O secretário Ualame Machado ressaltou que o total de drogas apreendidas (7,2 toneladas) nos cinco primeiros meses deste ano representa um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. O recorde histórico de apreensão de drogas no Pará foi de 13 toneladas, em 2024.
“Por um lado, a gente desarticula financeiramente as organizações com essas grandes apreensões. Por outro lado, a apreensão de hoje (ontem) de 23 quilos representa uma série de apreensões menores do tráfico local, aquele tráfico do varejo, que é o que impacta diretamente na vida dos usuários, na vida das pessoas nos bairros, nas cidades do nosso estado. É importante essa ação coordenada para que não tiremos o foco das grandes apreensões e não percamos o foco em relação às pequenas quantidades, que é o que movimenta o tráfico de drogas local’, explicou.
Ações Coordenadas e Prisões Fora do Estado
Ualame Machado salientou também que o governo está cumprindo a missão de promover a segurança no Pará, buscando fora do estado aqueles que são responsáveis por crimes dentro do nosso território, a exemplo das duas prisões realizadas em Manaus e Brasília. “Estamos empenhados em alcançar os verdadeiros responsáveis organizadores de crimes para que a gente possa responsabilizar todos, não somente os executores”, referindo-se à mandantes de crimes realizados no Pará.
“Importantes prisões foram feitas hoje (ontem) e a gente tem a certeza de que o êxito deste trabalho também repercutirá muito na redução da criminalidade e na segurança pública do Pará nos próximos dias e semanas”, afirmou Ualame.
Investimentos em Segurança Fluvial
O governador Helder Barbalho reforçou a importância do trabalho das bases navais no Pará na apreensão de entorpecentes, a exemplo da Base Fluvial Candiru, em Óbidos, e da Base Fluvial Integrada Antônio Lemos, em Breves. “Diariamente, estas bases têm realizado fiscalização em embarcações, o que mostra de forma assertiva a estratégia de combater o tráfico nacional e internacional, que utiliza os rios da Amazônia como rota para o escoamento e para alimentar internamente, e também internacionalmente, o tráfico no nosso país.”
Durante a coletiva foi anunciada para este semestre uma nova base fluvial que vai ser inaugurada no município de Abaetetuba, com o objetivo de promover maior segurança pública nas águas que banham a região nas redondezas do Porto de Vila do Conde, em Barcarena.