O Pará é hoje o estado líder nas exportações de pescado, com participação de 21,3% no total nacional, seguido por Ceará (14,8%) e Paraná (11,5%). De janeiro a junho de 2025, o Pará exportou aproximadamente 3.671 toneladas de pescado, somando US$ 32,5 milhões em vendas. Desse total, US$ 12 milhões foram destinados aos EUA — ou seja, 36,9% do volume exportado — posicionando o país como o segundo maior destino das exportações locais, logo atrás de Hong Kong.
Mesmo com crescimento de 8,2% nas vendas destinadas aos Estados Unidos em relação ao mesmo período do ano anterior, a imposição de sobretaxas ameaça reverter esse avanço e prejudicar uma fatia relevante da receita do setor.
Apesar do desempenho sólido, o setor enfrenta desafios estruturais que o tornam especialmente vulnerável ao impacto externo. Segundo Alex Carvalho, a ausência de uma regulação eficaz e o apoio governamental insuficiente ”contribuem para o avanço da informalidade, fragilizando o formal — prejudicando empregos, renda e o desenvolvimento socioeconômico”.
Apoliano do Nascimento, presidente do Sinpesca, acrescenta que esse “tarifaço” impõe um novo obstáculo à competitividade internacional do pescado do Pará. Com margens já apertadas, os produtores podem enfrentar encarecimento do produto, queda nas exportações e redução da capacidade de gerar emprego na região.
O Pará representa, sozinho, 87% da exportação nacional de pargo, que já totalizou 2.300 toneladas e US$ 15 milhões no primeiro semestre de 2025 — valores que poderiam crescer ainda mais com a chegada da temporada da espécie, iniciada em maio.