Pará

Pará está entre os estados que mais reduziu a pobreza

Luiza Mello

O Brasil registrou, em 2023, queda nas taxas de pobreza e de extrema pobreza em 25 estados e no DF. É a menor, desde o início da série histórica, iniciada em 2012. O Pará se destaca entre as cinco unidades federativas que apresentaram maior recuo na taxa de pobreza: comparado aos dados de 2022, a queda registrada entre a população paraense foi de – 7,80 %. A linha de pobreza considera a renda de R$ 664,02 por pessoa (per capita). Com relação à variação da taxa de extrema pobreza (R$ 208,42 por pessoa por mês), a redução no Pará foi de -1,8%. Na média do Brasil, a taxa de pobreza caiu de 31,6% em 2022 para 27,5% em 2023, com redução de cerca de 4,2 pontos percentuais.

Os dados são do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), ligado ao governo do Espírito Santo, e foram divulgados pela Folha de São Paulo. O Instituto fez a comparação de dados baseada nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir de dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua): Rendimento de Todas as Fontes 2023.

Em termos absolutos, no Brasil, a população considerada pobre diminuiu de 67,8 milhões em 2022 para 59,2 milhões em 2023. A baixa foi de 8,6 milhões, número semelhante à população inteira de um estado como o Ceará (8,8 milhões).

Entre as 26 unidades da Federação com queda na taxa de pobreza, o Amapá registrou a maior redução, com -14,8 pontos percentuais seguido por Roraima (-9,5%); Amazonas (-9,3%); Alagoas, com -8% e Pará, com -7,80 vieram na sequência das maiores baixas em pontos percentuais. O único estado com variação positiva da taxa de pobreza foi o Acre (0,4 ponto percentual).

O diretor-presidente do IJSN, Pablo Lira, associa a redução da pobreza no país a uma combinação de fatores: geração de empregos, melhora da renda do trabalho, ampliação do programa Bolsa Família e concessão de outros benefícios sociais pelos estados fazem parte dessa lista. “Por mais que a gente esteja reduzindo a pobreza no país, ainda há o desafio de conseguir diminuir as desigualdades regionais”, afirma Lira, citando as dificuldades maiores em estados do Norte e do Nordeste.

ESTADO

Além dos benefícios pagos pelo governo federal, como o Bolsa Família, o Auxílio Gás, o BPC, entre outros, o Governo do Estado do Pará também mantém uma série de ações que estão contribuindo para a redução da pobreza para a população em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Entre eles o Vale Gás, com recurso de R$ 100, que garante a compra de botijões de gás de 13 quilos; o programa Água Pará, que garante o custeio, no período de dois anos, das contas de água de famílias que registraram um consumo médio mensal de até 20 metros cúbicos.

A complementação de renda feita à população vulnerável pelo governo estadual inclui ainda o Benefício Estadual para Pessoa Acometida pela Hanseníase (Bepah), que contempla um auxílio mensal de 90% do salário mínimo à pessoa que seja reconhecida incapaz para o trabalho; o Benefício Eventual, auxílio fornecido aos cidadãos que não têm condições de arcar por conta própria com o enfrentamento de situações de vulnerabilidade, que foram vítimas de sinistros ou calamidade pública, entre outros programas estaduais.

PARA ENTENDER

 O estudo feito pelo Instituto Jones dos Santos Neves, usa linhas de pobreza e extrema pobreza adotadas pelo Banco Mundial. As referências são de US$ 6,85 per capita (por pessoa) ao dia e US$ 2,15 per capita ao dia, respectivamente.

Os dados foram convertidos por meio de critérios de PPC (Paridade de Poder de Compra). Assim, os valores mensais das linhas de pobreza e extrema pobreza ficaram em R$ 664,02 e R$ 208,42. Pessoas que viviam com quantias inferiores a essas foram consideradas pobres ou extremamente pobres.

Entre as razões para a redução da pobreza, segundo o estudo, estão a geração de empregos, além da ampliação do Bolsa Família
FOTO: lyon santos/ mds