TRÁFICO INTERNACIONAL

Pará é palco de megaoperação contra lavagem de dinheiro e tráfico do PCC

Mais de 450 kg de cocaína foram apreendidos no Porto de Vila do Conde, revelando esquema de exportação para a Europa.

Mais de 450 kg de cocaína foram apreendidos no Porto de Vila do Conde, revelando esquema de exportação para a Europa.
Mais de 450 kg de cocaína foram apreendidos no Porto de Vila do Conde, revelando esquema de exportação para a Europa. Foto: PF

Uma operação integrada para combater o crime organizado identificou um grupo que operava como uma organização transnacional, com forte atuação no tráfico internacional de drogas e na lavagem de capitais entre vários países. A Operação Vila do Conde teve início em Barcarena, no Pará, em fevereiro de 2021 e contribuiu para desmantelar uma rede criminosa ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação cumpriu 22 mandados de prisão preventiva e 40 mandados de busca e apreensão em cinco estados: Pará, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.

Em 9 de fevereiro de 2021, houve uma apreensão de 458 kg de cocaína no Porto de Vila do Conde, em Barcarena.  A droga foi encontrada em meio a uma carga de quartzo, sendo que o destino final seria o porto de Rotterdam, na Holanda. O esquema abastecia a Europa por meio de portos brasileiros, com destaque para a rota que passa pelo Pará.

Nesta terça, 23, a Força Integrada de Combate ao crime organizado de São Paulo (FICCO/SP) deflagrou,  a nova fase Operação Vila do Conde, uma ação de grande porte que teve origem no Pará, com destaque para o papel das forças policiais paraenses nas investigações.

A partir da apreensão no porto paraense, a Polícia Federal conseguiu mapear toda a estrutura logística da organização criminosa, que incluía a produção, transporte e exportação de cocaína.

A investigação revelou uma complexa rede de empresas fictícias utilizadas para lavagem de dinheiro, além de investimentos em setores formais, como restaurantes e prestadores de serviços, para ocultar os lucros do tráfico.

A dimensão do caso levou a 4ª Vara Federal de Belém a expedir todos os mandados da operação, reforçando a importância do Pará como ponto central das apurações.

Alvos e Ligações com o PCC

Entre os investigados está Alexandre Constantino Furtado, conhecido como Teta, presidente da tradicional escola de samba Império da Casa Verde, em São Paulo, e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo.
Segundo a PF, Teta é ligado ao PCC e teria usado sua posição no carnaval paulista como parte da estratégia para movimentar recursos ilícitos. Em São Paulo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, incluindo dois na sede da escola de samba.

A ação desta terça contou com o apoio da Polícia Militar de São Paulo e da Receita Federal, numa atuação coordenada entre diferentes órgãos.

Com a operação, as autoridades esperam desmantelar uma das principais estruturas do PCC voltadas ao tráfico internacional de drogas, reafirmando a importância estratégica do Porto de Vila do Conde tanto para a logística do crime quanto para o trabalho das forças de segurança.