Luiz Flávio
O Estado do Pará é líder em contratação de jovens aprendizes em toda a região Norte. Apenas em 2023, cerca de 11 mil jovens que se enquadram nesse perfil foram contratados formalmente. Essa performance coloca o Estado na 11ª colocação nacional. Os dados são resultantes de um estudo do Dieese-PA, que realizou o levantamento com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho
Os dados mostram que a contratação formal de Jovens Aprendizes registradas no Estado do Pará, no acumulado dos onze meses do ano passado (janeiro a novembro) alcançou um total de 10.853 pessoas, resultado representa um crescimento de quase 9% em relação ao mesmo período do ano anterior (2022) quando foram contratados formalmente 9.985 jovens paraenses.
O estudo foi elaborado via Observatório do Trabalho do Estado do Pará, parceria entre o Dieese-PA e Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e também abordam a distribuição dos Jovens Aprendizes contratados no Estado do Pará, segundo a questão de gênero e ocupação nos setores econômicos de Atividades. O levantamento mostra que 50,1% (5.444 jovens) foram do sexo masculino e o restante, cerca de 49,9% (5.409 jovens) foram do sexo feminino.
De acordo com o Dieese, os macros setores econômicos no Estado contrataram formalmente jovens aprendizes, com destaque para o de serviços, que foi responsável por 34,1% de todos os registros no Estado com a admissão formal de 3.696 jovens. Em seguida aparece o setor do comércio, responsável por cerca de 29,5% de todos os registros com a chamada de 3.198 aprendizes. Na terceira colocação aparece a indústria, com 20,7% ou 2.245 contratados.
“Como pode ser observado, juntos, estes três importantes econômicos responderam por mais de 80% de todas as contratações de Jovens aprendizes por todo o Pará. Os setores da construção e da agropecuária também contrataram jovens aprendizes”, destaca Éverson Costa, supervisor técnico do departamento.
Nacionalmente, o estudo mostra que entre janeiro e novembro do ano passado, cerca de 520 mil jovens em todo o país adentraram o mercado de trabalho formal na condição de aprendizes, com destaque para São Paulo com a contração formal de 138.194 jovens. “No balanço nacional, os dados analisados demonstram que o Estado do Pará além de se consolidar como maior contratante de Jovens Aprendizes de toda a Região Norte, ocupa também a 11ª colocação entre todos os demais Estados da Federação”, destaca Costa.
Para o supervisor técnico do Dieese-PA, a política de aprendizagem pode ser um grande facilitador para que milhares de jovens no Pará e em todo Brasil possam ter uma oportunidade no mercado de trabalho de maneira formalizada e com garantias. “É possível ainda que o acesso a aprendizagem possa ajudar no direcionamento da sua carreira profissional, seguindo ainda uma trilha qualificada e protegida legalmente”, ressalta.
CAPACITAÇÃO
Nos últimos cinco anos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Pará) formou 24.439 alunos no Pará e a expectativa é de formar cerca de 7 mil jovens só em 2024. Entre as áreas nas quais o SENAI mais forma jovens aprendizes no Estado estão as de mecânico de manutenção de máquinas industriais, operador de manutenção eletromecânica, auxiliar de linha de produção, mecânico de manutenção em veículos pesados rodoviários, mecânico de usinagem convencional, operador de processos metalúrgicos do Alumínio, operador de processos de refinaria de alumina, eletricista industrial, dentre outros.
Lucas Ribeiro, de 19 anos, é um desses jovens aprendizes formados pelo SENAI, onde, às quintas e sextas-feiras, faz o curso de assistente administrativo. De segunda a quarta-feira ele trabalha em uma empresa do setor industrial em Belém, onde desenvolve, na prática, as funções da sua área de formação. A vaga de emprego veio quando ele ainda estava iniciando a sua formação profissional.
“O programa, sem dúvidas, foi fundamental para conseguir o meu primeiro emprego e será de suma importância para as oportunidades futuras. Ao começar a trabalhar ainda bastante jovem, vou adquirindo prática nos processos da minha área de formação e desenvolvendo a proatividade também, essencial no mundo profissional”, diz Lucas.