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Pará deve criar 5 mil vagas temporárias neste final de ano

Luiz Flávio

Levantamento da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), aponta que o trabalho temporário gerou mais de 700 mil novas posições no Brasil apenas no primeiro trimestre deste ano, sendo que mais de 183 mil foram convertidas em empregos efetivos.

Já no 3º trimestre a entidade estima a abertura de 470 mil vagas nessa modalidade no país. A alta nas contratações temporárias ocorre principalmente em datas festivas do final de ano, já que as indústrias precisam produzir com antecedência para dar vazão à necessidade do comércio. Nesse período, aponta a Asserttem, as contratações devem ser puxadas pelo setor da Indústria (60%), seguido pelo de Serviços (30%) e Comércio (10%).

Projeções do Dieese-PA apontam crescimento no setor na ordem de 10%, com a criação de quase 5 mil postos temporários neste final de ano no Pará, número que aumenta para 5,5 mil nas contas do Sindicato dos Lojistas, com um percentual de efetivação que pode oscilar de 10% a 20% das vagas temporárias.

Com a aproximação das promoções e festas de final de ano, o setor produtivo e de comércio estão superaquecidos, gerando ótimas oportunidade para quem está desempregado e para as empresas, que precisam aumentar sua mão-de-obra. “A modalidade de trabalho temporário é uma ótima solução para estes casos, e possibilita chances para quem quer trabalhar”, afirma a especialista em contratação temporária, Cilene Gouveia.

Segundo ela, aproveitar o momento de festas é ótimo tanto para quem contrata, como para quem é contratado. A especialista explica que este período representa uma janela de oportunidades para quem deseja voltar ao mercado. “O trabalho temporário é uma excelente oportunidade para o profissional que está desempregado mostra suas habilidades, e assim, alcançar a contratação efetiva, pois o temporário estará sendo avaliado para futura oportunidade naquela empresa”, falou.

Cilene ressalta que não apenas eventos de final de ano geram abertura de novas vagas de emprego na cidade, mas também estamos em um período de grande mudança para a região, como a realização da COP-30. “É importante frisar, também, que estamos nos olhos do mundo e todo o setor de hotelaria, indústria e serviços vão precisar de reforços, o que significa que o mercado está aquecido e é um excelente momento para voltar para o mercado de trabalho” explica.

Para quem está contratando, Cilene ressalta que é muito importante ter um planejamento prévio. “Para as empresas que estão contratando, a contratação de trabalhadores temporários é uma ótima opção, pela flexibilidade, agilidade e segurança jurídica, pois as empresas que fornecem estes profissionais e são autorizadas pelo Governo Federal, já possuem um cadastro de pessoas aptas a iniciar imediatamente, principalmente para serviços de curto prazo. Para se chegar aos melhores candidatos, é preciso um processo de captação de talentos especializado. Por isso, sugiro a escolha de uma empresa especialista e certificada nesta atividade e que feche uma parceria de negócios que seja viável para o seu negócio”, finaliza.

Ainda segundo a especialista, este momento é de muita oportunidade e atenção. “A principal dica é que estas pessoas fiquem atentas às oportunidades que estão sendo anunciadas, mantendo os seus dados atualizados nas plataformas de empregos, visitando os sites das empresas, grupos de divulgação de vagas e todos os veículos de comunicação que publicam as oportunidades de trabalho. Manter o currículo ou cadastro profissional nas plataformas sempre atualizadas é muito importante. Muitas pessoas perdem ótimas oportunidades simplesmente porque não atenderam uma ligação ou não responderam uma mensagem de convocação para uma entrevista”, finalizou Cilene, que possui formação em Direito e Administração e atua há mais de 30 anos na área de Recursos Humanos.

Cenário positivo contribui para a geração de empregos

O Dieese-PA relaciona a contratação de temporários diretamente com o pagamento do 13º salário e o que ele representa para a economia do Estado, que receberá uma injeção e quase R$ 6 bilhões, valor 18% maior do que o montante pago aos trabalhadores no final do ano de 2022. “Mais de 2 milhões de pessoas vão receber o 13º salário este ano e isso mostra que o emprego cresceu na ordem de 5% de um ano para ao outro. Isso está diretamente ligado à melhora do cenário econômico do país, alavancados principalmente pelos setores de serviço e da construção civil, que criaram muitos novos empregos no Brasil nos últimos meses gerando, por sua vez, mais renda, que movimenta todos os demais setores econômicos”, detalha Éverson Costa, supervisor técnico do departamento

Esse ano, diz, o calendário de todas as datas importantes do comércio funcionou de maneira plena, diferente de 2022 quando o país ainda estava saindo da pandemia. “Não ocorreram restrições e os feriados prolongados ajudaram bastante a aquecer o setor de serviços, havendo retomada do setor de Turismo e hotelaria e, por consequência, os segmentos de bares e restaurantes. Sem dúvidas o comércio vendeu mais, a área de serviços empregou mais, a indústria continua sendo demandada e até o agronegócio teve recorde de produção. Essa combinação e fatores positivos para a economia deve levar o país a fechar o ano com crescimento de 2,5 a 3%”, calcula.

Esse cenário acaba se refletindo diretamente na geração de empregos, sobretudo neste segundo semestre onde somando-se ao pagamento do 13º há a “Black Friday” praticamente “colada” no Natal. Levantamento recente do Dieese-PA sobre contratações temporárias estimam um crescimento no setor na ordem de 10%, com a criação de quase 5 mil postos, número que aumentou para 5,5 mil nas contas de lojistas. “A Confederação Nacional do Comércio falou na geração de mais de 12 mil vagas a nível nacional. Independente do levantamento feito, todos apontam para o crescimento na geração de postos”, diz Costa.

O departamento acredita que um percentual de 10% a 20% das vagas temporárias feitas nesse final e ano podem se tornar efetivas, mas tudo depende do desempenho e do faturamento de cada atividade nos setores de serviço e do comércio, principalmente, além do desempenho e dedicação pessoal do trabalhador. “A combinação esses fatores certamente culminarão com a efetivação de postos nos estabelecimentos”, acredita.

O Pará é o 10º Estado da federação que mais gera emprego e deve encerrar 2023 com mais de 440 mil admissões formais em todo o Estado. “Então a expectativa é que além da geração de vagas temporárias, cada vez mais trabalhadores sejam efetivados com manutenção esse aquecimento ainda para o ano de 2024, que é ano de eleições municipais; e para 2025 graças às inúmeras ações, projetos e agendas de investimentos que estarão sendo desenvolvidas aqui por conta da COP 30 que ocorre em Belém”, prevê o supervisor.

Comércio do Estado já entrou no clima das festas de final de ano, e a expectativa é de aumento nas vendas este ano
foto: irene almeida