As ações contínuas de segurança pública no Pará têm sido fundamentais para a queda nos índices de violência e para o desmantelamento de grupos criminosos. Um dos destaques é a redução de 100% nos casos de roubo a banco na modalidade “novo cangaço”, sem nenhum registro nos últimos um ano e dez meses. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), por meio da Secretaria-Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac).
Em comparação com 2018, quando foram registrados 19 casos, a redução é significativa. O último crime dessa natureza ocorreu em 8 de setembro de 2023, no município de Viseu, no nordeste paraense. A ocorrência foi totalmente esclarecida e os envolvidos foram presos por equipes policiais integradas.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado, o resultado é fruto de uma atuação estratégica baseada na integração entre forças policiais, investimentos em tecnologia de ponta e uso intensivo da inteligência policial.
“Mesmo sem registros desde 2023, mantemos a investigação ativa, por meio de um comitê permanente, que define estratégias de prevenção. Nossa prioridade é impedir que esse tipo de crime volte a acontecer. A combinação entre integração e inteligência tem sido decisiva”, reforça o secretário.
Estrutura reforçada e investimentos constantes
Desde 2017, o Estado tem ampliado sua capacidade de enfrentamento ao crime organizado. Houve fortalecimento da Delegacia de Repressão a Roubos a Banco e Antissequestro, além da criação da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).
Outro fator decisivo foi a criação, em fevereiro de 2022, do Comitê Permanente de Enfrentamento às Ações Criminosas Contra Instituições Bancárias e Transportes de Valores, formado por especialistas de diferentes órgãos de segurança.
O trabalho do comitê inclui a antecipação de ações criminosas, o cumprimento de mandados de prisão contra integrantes de facções, e o reforço em equipamentos táticos, como viaturas blindadas, armamentos de precisão, drones e óculos de visão noturna.
“O Comitê atua na construção de planos de enfrentamento, contenção e acionamento rápido. Também estamos promovendo capacitações com apoio do Ministério da Justiça para qualificar ainda mais os agentes envolvidos no combate a essa prática criminosa”, explica o delegado André Costa, secretário-adjunto de Inteligência e Análise Criminal.
Entenda o “novo cangaço”
Essa modalidade de roubo a banco, também chamada de “domínio de cidades”, caracteriza-se por ataques coordenados de grupos fortemente armados, que invadem municípios, dominam forças policiais locais e atacam instituições financeiras. Apesar de ainda ocorrer em outras regiões do Brasil, como Nordeste, Sudeste e Sul, o Pará tem se destacado pela ausência de novos registros e respostas rápidas e eficazes sempre que há indícios de planejamento de ações semelhantes.