A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a nova varíola uma emergência de saúde pública de importância nacional. No Brasil, até o momento, não há medicamento ou vacina registrada com a indicação de tratamento ou prevenção da doença, motivo pelo qual as autoridades sanitárias seguem em alerta.
Anvisa dispensa registro de vacinas para varíola dos macacos
De acordo com nota à imprensa enviada pela Secretaria de Saúde (SESPA), há seis casos confirmados de Monkeypox no Pará, residentes do município de Belém (três), Ananindeua (dois) e um em Santarém. A Secretaria informa ainda que outros 16 casos foram descartados. “Ainda, dez casos suspeitos seguem em investigação, notificados por: Santarém (cinco), Ananindeua (um) e Belém (quatro)”, consta no comunicado.
A Sespa também detalha que o acompanhamento e monitoramento dos pacientes são feitos pelas secretarias de saúde municipais, e ressalta que os casos confirmados são importados de outros estados e que não há transmissão local.
MONITORAMENTO NO BRASIL
No Brasil, o Ministério da Saúde por meio da Sala de Situação, instalada em 23 de maio, monitora as notificações de casos de Monkeypox no mundo e, no Brasil, além do monitoramento também é realizada a investigação dos casos, assim como a elaboração de documentos técnicos para fomentar ações públicas. A sala tem atuado na padronização das informações e na orientação dos fluxos de notificação e investigação para as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e Distrito Federal, bem como para os Laboratórios Centrais e de Referência de Saúde Pública.
SOBRE A DOENÇA
A Monkeypox é uma doença causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. O nome deriva da espécie em que a doença foi inicialmente descrita em 1958. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou com material corporal humano contendo o vírus. Apesar do nome, é importante destacar que os primatas não humanos não são reservatórios do vírus da varíola. Embora o reservatório seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores (p. ex., esquilos) nas florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central. O Monkeypox é comumente encontrado nessas regiões e pessoas com a doença são ocasionalmente identificadas fora delas, normalmente relacionadas a viagens para áreas onde a Monkeypox é endêmica.
A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais. Os casos recentemente detectados apresentaram uma preponderância de lesões na área genital. A erupção cutânea passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas. A diferença na aparência com a varicela ou com a sífilis é a evolução uniforme das lesões.
A Organização Mundial da Saúde emitiu alerta sobre casos da doença em países não endemicos. Desta forma, em 23 de maio foi ativada Sala de Situação de Monkeypox, na Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde para coordenar a resposta aos casos prováveis da doença no país e organizar as ações relacionadas à vigilância e assistência à saúde. Esta estrutura permite detectar casos, avaliar os riscos e impactos à saúde e; monitorar e analisar os dados para subsidiar a tomada de decisão dos gestores e técnicos, nas orientações estratégicas adequadas e oportunas para o enfrentamento do evento de saúde pública.