O segundo dia de agenda da comitiva do Estado do Pará na COP29 foi marcado pela apresentação dos preparativos que já estão em andamento para que o Pará receba a conferência do clima da ONU em 2025. Ao longo de todo o dia, a iniciativa chamada de “Dia da COP30 – de Baku a Belém” buscou apresentar os investimentos realizados pelo Governo do Estado, em conjunto com o Governo Federal, para que a capital do Pará sedie o maior evento climático do mundo no próximo ano.
A contagem regressiva para a COP30 lotou o estande do Consórcio dos Estados da Amazônia, dentro da Zona Azul da conferência, logo no início da manhã de quarta-feira. Além do governador Helder Barbalho, também participaram do evento o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que nesta COP preside a delegação do Brasil, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, além de outras autoridades dos governos federal, estadual e municipal, como a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan; e o governador do Amapá, Clécio Vieira.
Durante o evento de abertura do dia dedicado à COP30, o governador Helder Barbalho destacou que já passa de R$4 bilhões o pacote de investimentos destinados à preparação de Belém para a conferência do clima. Ele ainda detalhou o andamento de obras fundamentais, como é o caso do Parque da Cidade, cujo andamento já passa de 60%. O espaço deve sediar as Zonas Verde e Azul da COP30, em 2025.
“A previsão de entrega do Parque da Cidade é de que nós estejamos até o início de agosto com as obras prontas para entregar ao município, este equipamento, mas também liberar a área que está sendo formulada”.
De acordo com o que foi aprovado pelas Nações Unidas, o governador explicou que o espaço terá equipamentos definitivos e a área que será adaptada para a colocação dos estandes, seja da iniciativa privada, seja para o acolhimento das delegações. “É claro que, pós-COP, nós teremos um parque urbano extraordinário”.
OBRA
Outra obra destacada pelo governador é a construção do Porto Futuro II, que receberá atividades econômicas relacionadas ao turismo, cultura, lazer e gastronomia. “São mais de 10 armazéns que estão compondo essas novas áreas de equipamentos. Essas obras estão com 50% já realizadas. Obras, inclusive, que permitirão a revitalização do espaço portuário”, reforçou.
“A dragagem que o Governo Federal está contratando neste momento permitirá que os navios de hotelaria, de hospedagem, possam estar aportando nesta área, portanto, agregado a outro equipamento turístico. Além disto, nesta estrutura está sendo construído o Hotel Vila Galé, que foi uma concessão que o Estado fez com a iniciativa privada, dentro da mobilização de hospedagem e hotelaria de alto padrão, a partir da COP e que ficará como solução definitiva para o incremento da rede de hotelaria da nossa capital”.
O governador ainda destacou que este volume de investimentos já empregados tem possibilitado que obras de desenvolvimento urbano, de mobilidade, de saneamento, de conectividade já estejam acontecendo na capital. Ele ainda destacou a convicção de que isso deixará um legado extraordinário de infraestrutura para a cidade.
“Temos muitos desafios, mas nós temos um povo trabalhador e nós estamos trabalhando para fazer, do nosso jeito, o melhor evento, que deixe um legado, um legado de uma cidade melhor para se viver, um legado em que a população de Belém, a população do Pará, possa vencer os seus desafios a partir dessa agenda, e um legado ambiental pelo simbolismo de fazer o maior evento do clima, na maior floresta tropical”.
Ainda durante a cerimônia de abertura do COP30 Day, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que a importância da discussão climática e considerou que ela precisa ser tratada de maneira planetária. Diante dessa urgência, o chefe da delegação brasileira na COP29 reforçou o papel do Brasil na discussão. “O nosso país é o grande protagonista do debate climático, do debate da segurança alimentar e do debate da segurança energética e o presidente Lula é um estadista, um homem de visão quando ele disse ‘tem que ir para o Brasil’”, lembrou.
FLORESTAS
“São três florestas tropicais que nós precisamos preservar urgentemente: Brasil, Indonésia, na Ásia, e Congo, na África, sendo a floresta amazônica a maior floresta tropical do mundo e quando nós verificamos a emissão do Brasil, se somar toda a indústria brasileira, não passa de um dígito, não passa de 9%. A grande questão é o desmatamento e as queimadas e aí a importância de nós levarmos para o Brasil e para a região amazônica a COP”.
Lembrando do momento em que, ainda na COP do Egito, em Sharm el-Sheikh, o presidente Lula lançou a candidatura de Belém para ser a sede da COP30, a ministra Marina Silva lembrou do contexto que envolve a realização da conferência do clima em uma capital amazônica brasileira.
“Durante 30 anos, 32 anos na verdade, nós estamos debatendo regras, procedimentos, criação de estruturas e enquanto isso a temperatura da terra foi mudando e nós, já em 2023, chegamos a um 1,5º de temperatura da terra e essas consequências todas que nós estamos vendo, diz a ciência, é em função dessa mudança do clima. (…) Nós temos que ter uma COP duplamente potente, potente pelo lugar que acolhe, que é a nossa linda e frágil floresta amazônica, e potente pelos resultados que precisamos alcançar”.