DESCASO

Pais de crianças autistas denunciam demora no atendimento em Ananindeua

Desafios no atendimento das crianças em Ananindeua: falta de profissionais, demora nas consultas e atrasos no desenvolvimento cognitivo.

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A piscina utilizada nas terapias dos pacientes está vazia e estaria passando por reformas
A piscina utilizada nas terapias dos pacientes está vazia e estaria passando por reformas foto celso Rodrigues/ diário do Pará.

Ananindeua - A falta de profissionais marca o atendimento das crianças no Centro Municipal Especializado em Transtorno do Espectro Austista (CAPSi) de Ananindeua. Os responsáveis de usuários da unidade relatam poucas vagas, falta de mais profissionais e demora no atendimento. Com agenda aberta somente em fevereiro, os pais têm que esperar ainda mais entre uma consulta e outra, atrasando o desenvolvimento cognitivo dos filhos. 

A unidade dispõe de atendimento no turno da manhã e tarde nas áreas de psicologia, psiquiatria, terapia ocupacional, neurologia, fonoaudiologia, entre outras especialidades. Para conseguir atendimento é preciso passar por uma triagem com assistente social para avaliação da criança. Em seguida é feita a matrícula para encaminhamento à primeira consulta que dá início ao acompanhamento.  

Segundo a mãe de um paciente, que não quis se identificar, as vagas são muito limitadas e acabam assim que a agenda é aberta. Isso porque o número de especialistas também é bastante reduzido, já que o tempo de espera é demorado tanto por uma vaga quanto pelo atendimento. Com apenas uma fonoaudióloga, a agenda desta especialidade está fechada até abril deste ano. 

A mãe ainda relata que o filho faz acompanhamento psiquiátrico e com o terapeuta ocupacional, este último apenas de dois em dois meses, sendo que a frequência recomendada pode variar de uma a três vezes por semana. Além disso, o filho, que é autista não verbal, não faz acompanhamento com fonoaudiólogo pela falta de vagas. Por isso, a criança não tem mostrado grande evolução, já que precisa de uma terapia multidisciplinar contínua, inclusive para desenvolver a fala. 

“Eu acho que eles destinam o atendimento desses médicos para crianças maiores, que já vão para a escola. E as crianças menores vão ficando pra depois. Meu filho ainda tem quatro anos e só tem acompanhamento com psiquiatra. Eu consegui uma vaga de Terapia Ocupacional, mas é só de dois em dois meses. Faltam profissionais, se tivesse não demoraria tanto. Ele não melhorou muito porque ele não tem a terapia”, contou a mãe.

Algumas partes da estrutura também revelam o abandono. O destaque fica por conta da piscina utilizada anteriormente como parte da terapia. Até certo tempo atrás, a área estava abandonada e, recentemente, vem passando por uma lenta reforma. “Essa piscina funcionava, tinha natação para as crianças, eu tinha vontade de colocar o meu filho, mas agora não tem mais. Realmente, está faltando uma reforma”, concluiu a denunciante. 

O QUE DIZ A PREFEITURA

A Prefeitura de Ananindeua, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), informa o quadro profissional do CAPSi Ananindeua (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil) está completo, de acordo com os parâmetros do Ministério da Saúde, contando com uma equipe multiprofissional, formada por neurologista, pediatra, psiquiatra infantil, fonoaudiólogo, assistente social, psicólogo, enfermeira, pedagogo e terapeuta ocupacional. ‘Por entender a necessidade de ampliação de serviço à comunidade infanto-juvenil do município, a Prefeitura de Ananindeua está em construção do segundo CAPSi em Ananindeua’.