Dr. Responde

Paciente com artrose passa por transplante inédito no Pará

No último dia 03 de julho, foi realizado em Belém o primeiro transplante ósseo do Estado do Pará. O paciente foi um homem de 62 anos
Imagem de arquivo

No último dia 03 de julho, foi realizado em Belém o primeiro transplante ósseo do Estado do Pará. O paciente foi um homem de 62 anos, que há anos sofria com dores fortes no quadril.

O médico responsável pela cirurgia, o ortopedista George Kalif, explica que o homem usou por anos uma prótese no quadril, só que o material sofreu desgaste com o tempo e a prótese se soltou, causando uma grande lesão no osso da pelve (o acetábulo), um caso grave que tem como indicação de tratamento a cirurgia de transplante ósseo.

A cirurgia, realizada via SUS no Hospital Maradei, foi considerada um sucesso. Se antes os pacientes com casos semelhantes só podiam ser submetidos ao transplante ósseo em hospitais habilitados do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, hoje é possível passar pela cirurgia em Belém, no referido hospital.

O enxerto ósseo utilizado no paciente foi disponibilizado pelo Banco de Tecidos Musculoesqueléticos do INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), do Rio de Janeiro, instituição vinculada ao Ministério da Saúde.

Um dia após a cirurgia, o paciente recebeu alta. “Ele está se recuperando, saiu do hospital caminhando, com cuidado e sem dor. Já o liberei para fazer fisioterapia. Seguindo o tratamento correto, ele pode voltar a andar normalmente, sem dificuldades, em cerca de três meses.”, estipula o ortopedista.

O médico, que é especialista em cirurgia do quadril, explica que o transplante ósseo é indicado principalmente a pacientes que apresentam alguma deformidade extensa no osso, e que os implantes convencionais não conseguem resolver.

“Geralmente, são pacientes que já passaram por artroplastia de quadril e joelho, cuja prótese já se soltou e eles não foram tratados de imediato. Essa soltura da prótese causa uma falha muito grande no osso, por isso o transplante ósseo é o mais indicado. Também pode ser a solução para alguns casos de lesões tumorais.”, destaca.

Rejeição quase nula e estímulo à formação óssea

Uma das vantagens desde tipo de transplante é que o risco de rejeição ao tecido transplantado é praticamente nulo. Vale ressaltar que o enxerto passa por um cuidadoso processo de preparação antes de ser utilizado. Para o transplante, o tecido fica apenas com sua parte mineral, sem qualquer rastro sanguíneo.

 

Outro importante benefício é que o transplante estimula a formação óssea, como por exemplo, quando há fraturas não consolidada ou falhas no tecido. E isso significa estabilização do osso e o resgate da qualidade de vida do(a) paciente.