COMBATE À CRIMINALIDADE

Operação 'Mute' coíbe entrada de celulares em presídios do Pará

Ação é coordenada em todo o país pela Secretaria Nacional de Políticas Penais e visa combater organizações criminosas que atuam nos presídios brasileiros.

Operação ‘Mute’ coíbe entrada de celulares em presídios do Pará Operação ‘Mute’ coíbe entrada de celulares em presídios do Pará Operação ‘Mute’ coíbe entrada de celulares em presídios do Pará Operação ‘Mute’ coíbe entrada de celulares em presídios do Pará

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) deu início hoje (19), no Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará, à 7ª fase da Operação Mute. A ação seguirá até a próxima sexta-feira (21) e abrangerá unidades prisionais da região metropolitana de Belém e do interior do Pará. No primeiro dia da operação, nenhum aparelho celular foi encontrado, um resultado que se mantém desde a primeira edição. O objetivo da iniciativa, que conta com a participação de policiais penais federais e estaduais nas 26 unidades federativas, é combater as organizações criminosas.

Coordenada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), a operação realiza revistas minuciosas em unidades prisionais, abrangendo blocos carcerários, celas e pertences dos custodiados. O foco principal é impedir a entrada ilegal de celulares nos presídios, uma vez que esses dispositivos são frequentemente utilizados por facções criminosas para ordenar crimes, aumentando a violência nas cidades.

A Operação Mute é a maior ação já realizada pela Senappen em termos de abrangência, número de policiais envolvidos e unidades prisionais fiscalizadas. A secretaria aponta a comunicação clandestina como um problema nacional e destaca essa operação como uma das estratégias da Diretoria de Inteligência Penitenciária (DIPEN) para coibir o uso irregular de celulares.

Destaque no controle prisional

Diferente de outras unidades federativas, o Pará mantém um rigoroso controle penitenciário. Em todas as fases anteriores da Operação Mute, as revistas nas unidades do estado não identificaram a entrada de materiais ilícitos nas celas.

Segundo o secretário adjunto de Gestão Operacional (Sago) da Seap, Ringo Alex Rayol Frias, esse sucesso se deve a três pilares fundamentais: controle de pátio, vigilância aproximada e procedimentos padrões de segurança.

“Temos um forte controle de acesso dentro das unidades prisionais. Tudo passa pelo procedimento de revista, o que tem sido um diferencial para impedir a entrada de ilícitos. Além disso, a presença constante do policial penal no ambiente carcerário garante maior vigilância e controle, resultando na segurança do sistema penitenciário e na manutenção da paz social”, destaca Ringo Alex.

A implementação de rotinas rigorosas e a atuação integrada das inteligências penitenciárias estaduais seguem as recomendações da Senappen para combater a comunicação irregular nos presídios. “Essas práticas são aplicadas em todas as 54 unidades administradas pela Seap no Pará”, reforça o secretário adjunto.

Resultados positivos

Ringo Alex enfatiza que o controle de acesso eficiente é resultado do empenho dos profissionais que atuam diretamente na vigilância e gestão da população carcerária.

“A sétima fase da Operação Mute busca neutralizar a comunicação do crime organizado com o mundo exterior. No Pará, mais uma vez, atingimos a meta de não encontrar nenhum celular ou outro objeto ilícito durante as revistas”, afirma.

A operação no Complexo Penitenciário de Santa Izabel contou com o apoio de policiais penais das unidades fiscalizadas e de forças especiais como o Grupo de Ações Penitenciárias (GAP), o Comando de Operações Penitenciárias (Cope) e o Grupo de Busca e Recaptura (GBR). A ação foi supervisionada por uma policial penal federal, representante da Senappen no Pará.

O diretor do Complexo Penitenciário, sargento PM Jefferson Leite, acompanhou as atividades e elogiou o trabalho realizado.

“Toda a operação ocorreu com normalidade, sem registro de materiais ilícitos como celulares ou objetos perfurocortantes. Isso comprova a solidez dos procedimentos aplicados no Pará, garantindo o controle dos custodiados e a manutenção da ordem no sistema prisional”, declarou.

A comandante do GAP, policial penal Eslaine Almeida, ressaltou a importância da atuação integrada das forças de segurança.

“Observamos uma evolução constante no trabalho das equipes, garantindo a segurança dos internos e dos operadores envolvidos na missão. A cada nova operação, os procedimentos são aprimorados, fortalecendo o sistema prisional”, afirmou.

Já o capitão PM Esmael Alcântara, comandante do COPE, destacou a eficácia do trabalho realizado.

“O objetivo da operação é identificar e apreender materiais ilícitos. Mais uma vez, verificamos que nada de irregular entrou nas unidades, demonstrando a eficiência do sistema prisional no cumprimento do seu papel de garantir a ordem”, pontuou.

Operação “Mute” em números

Conforme a Senappen, ao final da sétima fase, a Operação Mute poderá atingir a marca de seis mil celulares apreendidos desde sua primeira edição. A operação mobiliza mais de 20 mil policiais penais em mais de 500 unidades prisionais, onde estão custodiadas cerca de 400 mil pessoas.

A Operação Mute é planejada e executada pela Coordenação de Projetos e Inovação (COPIIN/DIPEN/SENAPPEN) e pelas agências de inteligência das polícias penais estaduais, reafirmando seu papel no combate ao crime organizado dentro do sistema prisional.