Pará

Oficina discute estratégias de recuperação e conversão de áreas degradadas

A oficina contou com a participação de gestores públicos e representantes de instituições do setor agropecuário paraense FOTO: divulgação
A oficina contou com a participação de gestores públicos e representantes de instituições do setor agropecuário paraense FOTO: divulgação

Com a finalidade de compartilhar conhecimentos e identificar as ações e áreas improdutivas prioritárias no Pará, que têm potencial para recuperação, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, ontem (06), uma oficina no Auditório Ernesto Salvo, no Palácio da Agricultura (Faepa), em Belém, para discutir as estratégias de recuperação e conversão de áreas degradadas.

A oficina contou com a participação de gestores públicos e representantes de instituições do setor agropecuário paraense. A iniciativa visa estabelecer diretrizes e estratégias para a implementação do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), alinhando-se com o Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária 2020-2030 (Plano ABC+) no Pará.

A diretora nacional de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas do Mapa, Lizane Ferreira, explica que as oficinas são desdobramentos do decreto que traz o Plano Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas.

“Esse decreto já fazia parte do plano de ação do nosso presidente Lula, juntamente com o nosso ministro Carlos Fávaro. A ideia é conversar com os estados, apresentar o que o Governo Federal tem feito no âmbito dos levantamentos e aprimoramento dos dados em relação às pastagens degradadas no Brasil”, afirma.

Lizane Ferreira ainda ressalta que a proposta é conversar com os governos de estado e municípios para apresentar os dados e fazer uma fusão de informações. “A ideia é que eu possa reutilizar essas áreas para uma produção sustentada, ou seja, uma conversão pastagem em grãos, então, onde eu vou fazer o melhoramento para a plantio de grãos, pastagem em pastagem, então reutilizar essa área que não está sendo produtiva para ela ter uma nova produção de pastagem, e pastagem florestas ou sistemas agroflorestais”.

 

INVESTIMENTOS PODEM VIR DO JAPÃO, CHINA E ALEMANHA

A diretora adianta sobre a pretensão de futuros investidores: “Nós estamos nos preparando para eventuais financiadores. Exemplo, o Japão já sinalizou, o governo alemão, a China, que tem uma previsão de nos visitar em setembro. Então, nada melhor do que estarmos preparados, onde a gente possa conseguir mostrar quais são as áreas, níveis de degradação, qual é a aptidão, qual é o tipo de conversão mais adequada para aquela região”, destaca.

“E, claro, em cima disso, qual seria o custo disso também. Então, é uma parceria entre governo estadual, governo federal, municipal e iniciativa privada, no sentido de organizar todo um plano estratégico para a conversão de pastagens degradadas no Brasil”, esclarece.

Segundo o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), no estado do Pará há em torno de 8 milhões de hectares de pastagens que apresentam algum grau de degradação, sendo possíveis de ser recuperadas e/ou transformadas em sistemas agropecuários sustentáveis.

O secretário estadual de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Giovanni Queiroz, enfatiza a importância da oficina para o setor agropecuário paraense. “Com a COP30 que se aproxima, nós temos que dar os bons exemplos, recuperando a área antropizada, degradada, como queiram denominar, e com culturas essenciais e que resgatem o cidadão da Amazônia, o nosso ribeirinho”, diz.

“E dando a ele a oportunidade de culturas diferenciadas, seja no plantio do açaí, de forma responsável, que é um reflorestamento e é assim como é considerado, como o cacau, um sistema agroflorestal, e o cacau com rentabilidade formidável nos dias de hoje”, disse.

“Eu entendo que assim nós vamos revigorar a mata amazônica. Uma mata rentável, produtiva, capaz de alavancar a economia do Estado, inclusive, porque nós temos aqui mais de 200 mil agricultores familiares. Nós ainda não somos autossuficientes na produção de amêndoa de cacau. Nós temos muito o que ganhar exportando, porque nós fomos qualificados como a melhor amêndoa perfeita do mundo. Então é formidável este momento e este encontro é uma forma de nos motivar a isso”, conclui.