O secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares, se pronunciou nesta sexta-feira, 17, informando que o Governo do Estado abriu um canal de diálogo com os indígenas que ocupam a sede da Seduc, em Belém, desde terça-feira, 14.
Segundo Soares, os povos indígenas formaram uma comissão para manter o diálogo.
“Recebemos a pauta e vamos discutir os pontos para dar uma resposta a eles, com o objetivo de avançar na negociação. Desde dezembro, garantimos que o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) continua em funcionamento. Eles pedem uma legislação que assegure sua continuidade, e estamos avaliando como proceder, além de revisitar diversas outras pautas comunidade por comunidade”, afirmou o secretário.
A ocupação ocorreu após lideranças indígenas, sem agendamento prévio, arrombarem o portão da Seduc às 7h37, antes do horário de expediente. O ato, que contou com o apoio de representantes do PSOL e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, foi motivado pela alegação de que o Some estaria sendo descontinuado.
Em resposta, a Seduc emitiu uma nota oficial repudiando qualquer forma de violência e desmentindo as informações sobre o fim do Some. A Secretaria esclareceu que o programa continuará atendendo as regiões de difícil acesso, e destacou que oferece salários de até R$ 27 mil para professores que atuam em áreas remotas, com uma média de R$ 23,9 mil para os docentes do Some.
Além disso, a Seduc ressaltou que o Governo do Pará oferece o segundo maior salário inicial para professores do Brasil, de R$ 8.289,89, além de um vale-alimentação de R$ 1,5 mil. Dados do Inep mostram que o salário médio pago aos professores no estado é o mais alto do país, atingindo R$ 11.447,48, ou 250% acima do piso salarial nacional.