Pará

Óculos de sol piratas podem prejudicar os olhos

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), quatro em cada dez brasileiros optam por óculos de sol piratas. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), quatro em cada dez brasileiros optam por óculos de sol piratas. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Trayce Melo

Em dias ensolarados, os óculos de sol exercem uma função muito mais importante do que apenas melhorar seu visual: eles protegem os olhos dos danos causados pela exposição ao sol.

Mas apesar disso, muitas pessoas optam por comprar peças falsas que imitam modelos de marcas conhecidas, mas que não possuem a proteção contra raios ultravioleta (UV) recomendada por especialistas.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), quatro em cada dez brasileiros optam por óculos de sol piratas. Mas, nesse caso, o barato pode sair caro. O oftalmologista Lauro Barata explica que a procedência e a qualidade dos óculos são aspectos cruciais para garantir a saúde ocular a longo prazo. “Óculos de sol falsos não podem bloquear a radiação ultravioleta (UV). Portanto, eles perdem sua função mais importante para os usuários. Tornando-se apenas um objeto estético para realçar a aparência”, pontua.

O especialista também ressalta que quando usados a longo prazo, os óculos de sol falsificados podem comprometer a saúde dos olhos. “Ainda que você não possua predisposição a nenhum problema ocular, somente o fato de não usar óculos de sol adequados pode aumentar os riscos de desenvolver doenças”, destaca.

“Quando uma pessoa faz uso de óculos de sol falsificados, suas pupilas reagem ao escuro como outros óculos, mas ainda tem uma desvantagem: não há proteção UV. Dessa forma, os raios solares acabam atingindo os olhos com muito mais facilidade, ocasionando vários problemas na visão”, acrescenta.

Lauro Barata aponta que entre as complicações mais comuns ocasionadas pela exposição excessiva ao sol sem a proteção adequada, estão dor de cabeça, cansaço e desconforto na visão. “Mas uma das formas mais graves dessa exposição sem proteção é a queimadura de retina, e as alterações crônicas (por exposição contínua), como o pterígio (crescimento de tecido conjuntival sobre a córnea), os tumores de pálpebra e de conjuntiva, o amadurecimento precoce de um dos tipos de catarata e a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)”, esclarece.

“O ideal é optar por óticas e marcas conhecidas e que forneça um certificado que comprova que aquele produto tem proteção contra os raios ultravioletas”, enfatiza. Outra dica é ficar atento sobre o formato da lente. “Não adianta você ter óculos com uma lente bonita, mas muito fino nas laterais e, com isso, permitir a entrada de radiação no seu olho”, alerta. Os óculos devem vedar de maneira significativa os raios que entram, por isso o formato da lente tem que encaixar bem no seu olho para manter a proteção”, assegura.

O médico ainda salienta sempre consultar um oftalmologista para exames regulares e orientações personalizadas sobre a saúde dos seus olhos e as necessidades visuais específicas.