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O que fazer com aqueles eletrônicos que não servem mais?

A produção de lixo eletrônico pela humanidade está aumentando cinco vezes mais rápido do que o esperado.

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Como fazer o descarte de lixo eletrônico da maneira correta.  Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
Como fazer o descarte de lixo eletrônico da maneira correta. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

A produção de lixo eletrônico pela humanidade está aumentando cinco vezes mais rápido do que o esperado. De acordo com o relatório realizado pelas Nações Unidas e intitulado ‘Monitor Global de Lixo Eletrônico’, somente em 2022 foram produzidos 62 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos no mundo, o suficiente para preencher 1,5 milhões de caminhões de 40 toneladas. No Brasil, o cenário não é menos preocupante. O país é apontado como o quinto maior gerador de lixo eletrônico do mundo.

Substituídos por algum defeito, pela falta de uso ou mesmo em decorrência da popularização de uma tecnologia mais avançada, equipamentos elétricos e eletrônicos podem se transformar em lixo muito rapidamente. E como qualquer resíduo descartado irregularmente, tais materiais podem ser prejudiciais para o meio ambiente e para a manutenção da vida na terra.

Especificamente no caso do lixo eletrônico, o risco ainda maior refere-se à presença de produtos químicos e metais pesados – como o mercúrio, chumbo e cádmio – em sua composição. Descartados irregularmente, tais substâncias podem contaminar ar, água e solo, colocando em risco a saúde das pessoas. Portanto, é fundamental saber como fazer o descarte correto desse material.

Coordenadora da filial de Belém da Descarte Correto, Andreza Benone explica que quando encaminhados para pontos de coleta de resíduos eletrônicos, esse material pode ser encaminhado para o recondicionamento – que é quando equipamentos eletrônicos usados são recuperados ou revitalizados – ou desmontado e destinado à reciclagem.

Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

No ponto de coleta instalado em Belém, no bairro do Marco, a Descarte Correto costuma receber uma média de 10 a 15 toneladas de resíduos eletrônicos por mês. Entre os itens mais descartados, Andreza elenca que os carregadores de celular e os próprios aparelhos smartphone são os principais. “Hoje, a gente recebe muita coisa pequena que são os periféricos como, por exemplo, cabos de carregadores e celulares. São os que mais a gente recebe. Nos eletrônicos maiores, a gente recebe muita televisão também. Mas os celulares com os cabos de carregadores são os campeões”, aponta. “A gente recebe todos os tipos de eletrônico e eletrodomésticos, como celulares, tablets, carregadores, baterias de celular, pilhas, toda parte de computadores e periféricos em geral, como nobreaks, roteadores, teclados, mouse; a parte de televisores, rádios, gravadores”.

Os itens podem ser deixados diretamente pela população no local. Andreza explica que basta ir até a unidade no período de segunda a sexta-feira, de 9h às 17h, e informar que tem material eletrônico para fazer o descarte, informar o nome e pronto. O processo de descarte é totalmente gratuito. “A gente recebe e faz a pesagem desse material. Se for empresa, a gente certifica essa empresa para que eles possam ter esse respaldo de destinação correta desse resíduo eletrônico”, pontua. “Todo esses materiais que chegam no nosso galpão passam por um processo de triagem, a gente tem um técnico que vai avaliar o que é só carcaça, o que não tem como reaproveitar. E o que dá para ser recondicionado e passar por uma avaliação mais criteriosa, nós embalamos em um pallet e enviamos para Manaus, que é onde fica a nossa fábrica reversa. É lá que ocorre esse processo de reciclagem, de refabricação”.

Na fábrica, esses resíduos eletrônicos são desmontados para que se avalie o que é possível reaproveitar, se é possível extrair a matéria-prima que há neles. Andreza lembra que muitos eletrônicos são compostos por metais como ouro, prata e cobre, matéria-prima que pode ser reaproveitada, além do plástico e do vidro. “Além da gente pensar no que que a gente pode extrair para que seja reciclado, a gente também monta novas máquinas, novos kits de informática, que é o computador completo com teclado, mouse, CPU e tela. E esses computadores são doados para instituições parceiras que fazem um trabalho de inclusão digital em comunidades, periferias, projetos sociais que possam disponibilizar o curso de informática básica gratuita para jovens e adolescentes”.

Hoje, no estado do Pará, existe um projeto que funciona há mais de um ano no município de Concórdia do Pará. A coordenadora aponta que a Descarte Correto foi até o município e fez uma campanha que arrecadou várias toneladas de lixo eletrônico no município, envolvendo empresas de assistência técnica e os próprios moradores da cidade.  E toda essa mobilização resultou na abertura do Centro de Inclusão Digital Sustentável. “Então, hoje, Concórdia do Pará é uma referência porque eles já formaram mais de 200 jovens por meio desse Centro de Inclusão Digital, um centro que foi aberto com computadores que foram doados pela Descarte Correto. São computadores recondicionados que possibilitam que esses jovens agora tenham a oportunidade de ter uma qualificação profissional”, aponta. “O Brasil ocupa ainda o quinto lugar de maior produtor de resíduo eletrônico no mundo. A gente vê que a cada ano são novas máquinas, são novos aparelhos e a gente não trabalha na mesma velocidade nessa logística reversa. Tem casos de pessoas que chegam no nosso galpão e falam que estão acumulando aquele resíduo em casa há 20 anos porque não sabiam como destinar. Por isso temos parcerias com shoppings, com a Prefeitura de Belém, para ver se a gente consegue realmente gerar essa alternativa de descarte correto de eletrônicos com mais facilidade”.

SERVIÇO

O ponto de coleta da Descarte Correto em Belém funciona na Tv. Barão do Triunfo, nº 4596, de segunda a sexta-feira, de 9h às 17h. Confira abaixo a lista dos itens aceitos pelo ponto de coleta:

Dispositivos Móveis e Acessórios

  •  Celulares e smartphones
  •  Tablets
  •  Carregadores e cabos
  •  Fones de ouvido
  •  Baterias de celular
  •  Computadores e Periféricos
  •  Notebooks e desktops
  •  Monitores (LCD, LED e CRT)
  •  Teclados e mouses
  •  Impressoras e scanners
  •  Nobreaks, estabilizadores e fontes de energia
  •  Placas-mãe, processadores e HDs
  •  Roteadores e modems
  •  Áudio e Vídeo
  •  Televisores (LCD, LED e Plasma)
  •  Aparelhos de DVD e Blu-ray

 CDS E DVDS

  •  Home theaters e caixas de som
  •  Projetores multimídia
  •  Rádios e gravadores
  •  Eletrodomésticos
  •  Liquidificadores, microondas, Sanduicheiras
  •  Cafeteiras elétricas
  •  Ferro de passar roupa
  •  Secadores de cabelo e chapinhas
  •  Ventiladores
  •  Batedeiras e mixers
  •  Equipamentos Corporativos e Industriais
  •  Servidores e storages
  •  Telefones corporativos e PABX (telefone fixo)
  •  Relógios de ponto eletrônicos
  •  Máquinas de cartão de crédito
  •  Equipamentos Automotivos
  •  Baterias de carro e moto
  •  Auto rádios e centrais multimídia
  •  Sensores e módulos eletrônicos
  •  Pilhas e Baterias
  •  Pilhas alcalinas e recarregáveis
  •  Baterias de lítio, chumbo-ácido e níquel-cádmio

NÃO SÃO RECEBIDOS

  •  Geladeiras
  •  Cartuchos de tinta
  •  Resíduos químicos e materiais inflamáveis

OUTROS PONTOS

*Além deste ponto, também é possível destinar esses resíduos eletrônicos a Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis que realizam esse serviço de destinação correta do lixo eletrônico.

*O Movimento República de Emaús também recebe doações de resíduos eletrônicos e promove o recondicionamento de computadores, notebooks, monitores e outros eletrônicos que são destinados a trabalhos de inclusão digital e formação para jovens. Todos os anos, a organização promove a Campanha de Arrecadação de Equipamentos Eletrônicos, recolhendo essas doações em diferentes pontos da cidade.