DIA DA AMAZÔNIA

O que ajuda o desenvolvimento socioambiental da Amazônia?

Nesta quinta-feira (5) é comemorado em todo o território nacional o Dia da Amazônia. A data, instituída por meio da Lei 11.621/2007, tem como objetivo trazer à reflexão a importância da preservação deste que é um dos biomas essenciais para a manutenção da vida na Terra

Nesta quinta-feira (5) é comemorado em todo o território nacional o Dia da Amazônia. Foto: Divulgação
Nesta quinta-feira (5) é comemorado em todo o território nacional o Dia da Amazônia. Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira (5) é comemorado em todo o território nacional o Dia da Amazônia. A data,  instituída por meio da Lei 11.621/2007, tem como objetivo trazer à reflexão a importância da preservação deste que é um dos biomas essenciais para a manutenção da vida na Terra. Nesse cenário, iniciativas de promoção da inovação e empreendedorismo de impacto são fundamentais para a preservação da floresta em pé e desenvolvimento da região. 

O Mapeamento das Startups e Negócios Inovadores da Amazônia Legal, desenvolvido pela Plataforma Sebrae Startups, traça um perfil do ecossistema de inovação na Amazônia. Segundo ele, o Pará segue na liderança em número de startups e negócios inovadores, correspondendo a 23% do total. O estado é seguido por Amazonas, com 18%, e pelo Maranhão, respondendo por 13%. Os estados de Rondônia, Amapá, Acre, Mato Grosso, Tocantins e Roraima juntos representam 46% do total de negócios mapeados.

Confira algumas iniciativas que contribuem para o desenvolvimento econômico, social e ambiental dos estados que compõem a Amazônia:

Fortalecimento e amadurecimento do ecossistema de inovação

Um dos caminhos para o desenvolvimento dos estados que compõem a floresta Amazônica é o empreendedorismo e a promoção de iniciativas de impacto na bioeconomia. A Plataforma Jornada Amazônia está alinhada a essa diretriz e segue avançando no objetivo de fortalecer as empresas inovadoras na Amazônia Legal, mobilizar talentos locais, capacitar pessoas e originar novos negócios. Realizada e coordenada pela Fundação CERTI e pelo Instituto CERTI Amazônia, com a coparticipação e investimentos do Bradesco, Fundo Vale, Itaú Unibanco e Santander, a iniciativa recebeu mais de oito mil inscrições em seus programas apenas em seus dois primeiros anos de atuação.

Para Janice Maciel, coordenadora da Jornada Amazônia e gerente de Economia Verde da CERTI, o fortalecimento do pipeline de negócios é fundamental para fomentar o ecossistema de inovação e impacto na região. “Essa nova geração de negócios que estamos apoiando demonstra o dinamismo, a pluralidade e a potencialidade da região. É uma vitrine potente de negócios e de tendências do mercado de bioeconomia inovadora, com empreendimentos que valorizam os produtos da floresta, possuem soluções para evitar o desmatamento e as emissões de carbono e contribuem positivamente para o clima”, comenta.

Vale destacar que as metas da plataforma até 2025 são mobilizar mais de 20 mil talentos locais, capacitar mais de três mil talentos, originar pelo menos 200 novas startups, fortalecer 100 startups existentes, e acelerar e investir em 30 delas com smart money.

Resiliência climática com foco na proteção das pessoas e negócios 

A tecnologia aplicada à governança de dados tem sido utilizada pelo Estado e iniciativa privada no planejamento de ações para o enfrentamento às mudanças climáticas, protegendo as pessoas e a economia local frente a eventos extremos. A Coalização Under2, que reúne mais de 270 governos, através de seu secretariado Climate Group, anunciou em agosto o aporte de mais de R$ 110 mil (20 mil dólares) para a implementação do Projeto de Mapeamento dos Impactos das Enchentes à População em Vulnerabilidade Social no Acre. Vale destacar que a organização internacional sem fins lucrativos, que representa 1,75 bilhão de pessoas e 50% da economia global, apoia iniciativas de enfrentamento às mudanças climáticas, selecionou apenas três projetos para financiamento através de recursos do projeto Future Fund, sendo contemplados apenas o Brasil, através do Acre; e estados do México e da Indonésia.

O projeto é inspirado nas soluções de gerenciamento de crise climática desenvolvidos pela Codex, empresa referência em governança de dados, durante as inundações que devastaram o Rio Grande do Sul no final de abril.  “No Acre, o projeto é desenvolver um painel para análise completa dos impactos das inundações nas populações ribeirinhas, com avaliação histórica e metodológica a fim de desenvolver políticas para proteger a vida das pessoas, suas casas e a economia local”, explica Venícios Santos, diretor de Negócios da Codex. 

Com os estudos e levantamentos desenvolvidos pela Codex, o Governo terá dados para a elaboração de planos de evacuação da população em segurança. Venícios destaca que a governança de dados é uma aliada no desenvolvimento de políticas de resiliência climática para habitação, de saúde pública, servindo de insumo para o planejamento de ações para promoção de empregabilidade e economia. 

Polo de Bioeconomia do Sebrae Pará

Quando se fala em Amazônia, pensa-se logo na redução das queimadas, do desmatamento e na proteção aos rios. Entre as estratégias priorizadas para isso, está a economia sustentável. Um exemplo é a Bioeconomia, modelo de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos, com soluções que não utilizam recursos fósseis ou não renováveis em produtos como alimentos, saúde e beleza. No Baixo Amazonas, região de Santarém, no Pará, há um esforço do Sebrae para a construção do Polo de Bioeconomia na região, com políticas de governança que incentivem o crescimento econômico sustentável. Para isso, a ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia) foi convidada a oferecer consultoria na construção do ecossistema de negócios.

Para a biologia, o ecossistema trata da interdependência entre organismos e seres vivos na natureza, onde um depende do outro para sobreviver, direta ou indiretamente. Em ecossistemas de negócios, a ideia é parecida: existe uma relação não apenas de competição, mas também de colaboração entre empresas para que o ambiente seja fortalecido. Essa relação surge por diversos motivos. A inovação tecnológica é o mais comum, mas também pode ser impulsionada por movimentos setoriais, como é o caso da bioeconomia. Assim, pequenas e grandes empresas, instituições, fornecedores e órgãos públicos unem-se de forma estratégica para pensar soluções que levem ao crescimento. 

Gabriel Sant’Ana, diretor executivo da ACATE, lembra que as realidades dos ecossistemas de Santa Catarina e do Pará são diferentes em nível de maturidade e atores participantes, mas há um alinhamento cultural no desejo de colaboração entre as pessoas que constroem o ecossistema. “São pessoas que têm um propósito de transformar a região, gerar emprego e renda. Assim como Florianópolis era uma região sem um grande destaque econômico há quarenta anos e dependia de um comércio muito incipiente, na região do Baixo Amazonas, também existem vocações e atividades econômicas que possuem um potencial ainda pouco explorado em gerar um grande volume de empregos num território que, sem dúvida, é inovador. Então, a colaboração é uma semelhança entre os ecossistemas”, diz. O Polo de Bioeconomia está em fase inicial de desenvolvimento de projetos, métodos e ações e deve lançar os primeiros programas de capacitação em breve.