É possível encontrar o uso de madeira em diferentes demandas do dia a dia, desde a edificação de um imóvel, até o mobiliário utilizado. Diante da demanda global crescente pelo uso desse tipo de recurso, há que se pensar em soluções que consigam atender à demanda, sem prejudicar o meio ambiente. E uma dessas soluções já vêm sendo colocadas em prática no estado do Pará: o manejo florestal sustentável.
A partir de um planejamento bem estruturado e baseado em estudos, análises e monitoramentos, o manejo florestal sustentável possibilita fazer a extração da madeira de uma área, mas de modo a permitir que a floresta se regenere. Com isso, além de reduzir os impactos ambientais, o manejo possibilita a valorização da floresta, na medida em que ela se torna mais rentável de pé e gerenciada da maneira correta.
Com atuação no Estado do Pará, a empresa CRAS Madeira promove o manejo sustentável desse recurso para que a madeira certificada possa servir a vários usos, desde a fundação de imóveis, até itens de acabamento. “O manejo florestal é quando você tem uma área de uma floresta e seleciona apenas algumas árvores para remover. Com isso, você acaba não desmatando toda a floresta e ainda acaba promovendo o crescimento das árvores menores que estavam sendo impossibilitadas de se desenvolverem devido ter uma árvore que já tem uma determinada idade e que já atingiu a sua maturidade”, explica o diretor Industrial da CRAS Madeira, Tiago Grötz Moreira. “Toda área na Amazônia Legal você tem uma lei que determina que você só pode explorar 20% dela, os outros 80% você não pode explorar. Então, nesses 20% é que é executado o plano de manejo”.
No caso da CRAS Madeira, o plano de manejo está localizado em Almeirim, no oeste paraense. Seguindo o planejamento desenvolvido, a madeira extraída da área é encaminhada para uma fábrica instalada no distrito de Outeiro, em Belém, onde é processada e destinada à venda. Tiago explica que todo esse processo monitorado e pode ser rastreado através da leitura de um QR Code que acompanha os produtos. “Nós temos o nosso plano de manejo, que fica localizado em Almeirim e lá a gente executa o nosso plano, onde a gente retira as árvores que são comerciais, que foram selecionadas através do inventário florestal, e trazemos para Belém onde elas são processadas. Aqui a gente faz qualquer outro tipo de objeto em madeira, desde fundações para a parte de estrutural de uma casa, até peças de acabamento como, por exemplo, forros, pisos, paredes de madeira”.
Tiago explica que essa madeira é certificada, uma garantia que demanda o cumprimento de uma série de exigências por parte da empresa. “O processo para obter a certificação é bem complexo porque você precisa garantir que todo o processo, desde a extração da madeira até a venda para o seu cliente final, tenha rastreabilidade. Com isso, você precisa ter todo um controle da parte de execução do plano de manejo, na parte do processamento dessa madeira quando ela chega na serraria, até o momento que você embarca e entrega ao cliente”, explica. “Além disso, existe toda uma obrigação na área trabalhista, cumprindo todos os direitos dos trabalhadores, fornecendo EPIs, além do cumprimento de exigências da parte ambiental”.
Para que o consumidor tenha certeza de que está comprando uma madeira certificada e extraída de maneira sustentável, Tiago Grötz explica que a primeira medida é exigir que a madeira que ele esteja adquirindo tenha o Documento de Origem Florestal (DOC). Depois, é preciso verificar as certificações. “Existem empresas que têm a certificação e tem que estar descrito na nota fiscal que a madeira é certificada”, aponta. “Na CRAS Madeira, toda a nossa madeira tem uma etiqueta e nesse código QR o consumidor consegue ver a origem dessa madeira, de onde foi extraída”.
COMO FUNCIONA O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL
Estudos e Planejamento
Estudos Preliminares: Órgãos ambientais realizam estudos para identificar áreas de preservação e uso comunitário antes de conceder florestas públicas para manejo sustentável.
Plano de Manejo: Levantamento de espécies e árvores, registrando localização, dimensões e volume; Dados inseridos no inventário florestal do Ibama e no Sistema de Cadeia de Custódia (SCC); Definição das espécies a serem extraídas e do diâmetro mínimo para corte, preservando árvores jovens.
Legislação e Conservação
Áreas de Preservação Permanente (APP): Áreas como margens de rios e topos de montanhas são protegidas e não podem ser exploradas.
Reserva de Conservação: Pelo menos 5% da área concedida deve ser reservada para conservação da biodiversidade e monitoramento dos impactos do manejo florestal.
Notícias Relacionadas
Critérios de Manejo e Preservação
Seleção Sustentável de Árvores: Escolha criteriosa das árvores maduras, respeitando o ciclo de vida da floresta.
Conservação da Biodiversidade: Preservação de habitats naturais para espécies de plantas e animais, com exigência de manter pelo menos três árvores de cada espécie por 100 hectares.
Exploração Sustentável
Unidades de Produção Anual (UPA): Divisão da área explorada em UPAs usadas em rodízio, com cada área sendo utilizada e depois deixada em repouso por cerca de 25 anos.
Certificação e Rastreabilidade
Produtos Madeireiros: Catalogação e rastreamento dos produtos madeireiros do manejo sustentável, garantindo que a madeira não é proveniente de desmatamento ilegal.
Produtos Sustentáveis de Madeira: Fornecimento de materiais de construção e móveis de alta qualidade, fabricados de forma legal.
Outros benefícios
Minimização de Danos: Uso de técnicas que reduzem danos ao solo, água e vida selvagem durante a retirada de madeira.
Geração de Empregos e Renda: Criação de empregos locais e geração de renda para comunidades próximas às florestas.
Fonte: CRAS Madeira. Disponível em: crasmadeira.com.br/sustentabilidade/.
