SEGUNDO O IBGE

Número de paraenses com diploma do ensino superior aumenta 263%

Em 2000, apenas 3,3% da população paraense nessa faixa etária tinha diploma universitário. Em 2022, esse número saltou para 12%.

Os dados do Censo 2022 mostram que o Pará avançou significativamente em termos de educação nas últimas duas décadas
Os dados do Censo 2022 mostram que o Pará avançou significativamente em termos de educação nas últimas duas décadas

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (26) os dados preliminares do Censo Demográfico 2022 sobre educação no Pará. Os números mostram um cenário de avanços significativos, mas também apontam para desafios que ainda precisam ser superados no estado.

Avanço no nível de instrução

Um dos destaques do levantamento é o aumento expressivo no percentual de pessoas com 25 anos ou mais que concluíram o ensino superior. Em 2000, apenas 3,3% da população paraense nessa faixa etária tinha diploma universitário. Em 2022, esse número saltou para 12%, representando um crescimento de 263,64%.

A evolução também é visível em outros níveis de instrução. Em 2000, 69,3% da população com 25 anos ou mais não tinha instrução ou possuía apenas o ensino fundamental incompleto. Esse percentual caiu para 42,6% em 2022. Por outro lado, a parcela de pessoas com ensino médio completo e superior incompleto subiu de 14,1% em 2000 para 30,2% em 2022.

Desigualdades raciais persistem

Apesar do crescimento no número de graduados em todos os grupos raciais, as desigualdades ainda são evidentes. Em 2022, 19,1% dos brancos com 25 anos ou mais tinham ensino superior completo, enquanto entre os pardos esse percentual foi de 10,3%, e entre os pretos, 10,5%. Os indígenas, embora tenham registrado um aumento significativo (de 1,5% em 2000 para 6,9% em 2022), ainda são o grupo com menor representatividade no ensino superior.

Média de anos de estudo

A média de anos de estudo da população paraense com 25 anos ou mais foi de 8,6 anos em 2022, com uma diferença significativa entre homens (8,0 anos) e mulheres (9,1 anos). Quando analisada por cor ou raça, os amarelos lideram com 10,9 anos de estudo, seguidos pelos brancos (9,6 anos), pardos (8,4 anos), pretos (8,0 anos) e indígenas (6,6 anos).

Breves, município paraense, registrou a menor média de anos de estudo do país, com 6,5 anos, enquanto São Caetano do Sul (SP) teve a maior, com 12,7 anos.

Áreas de graduação mais procuradas

No Pará, as áreas de formação de professores, gestão e administração, direito, promoção e prevenção em saúde, e contabilidade foram as que mais formaram graduados em 2022. A área de formação de professores lidera, com 123.404 graduados, sendo 85% mulheres.

Medicina: disparidade na formação

O estado formou 10.606 médicos em 2022, com uma distribuição quase igual entre homens (50,3%) e mulheres (49,7%). No entanto, a proporção de habitantes por médico no Pará é uma das piores do país, com 786,6 habitantes para cada médico formado, ficando atrás apenas do Maranhão (921,7 habitantes por médico). Em contraste, o Distrito Federal tem a melhor média, com 186,9 habitantes por médico.

Frequência escolar

A taxa de frequência escolar bruta no Pará foi de 30,76% em 2022, com pequena diferença entre homens (30,59%) e mulheres (30,92%). A taxa de frequência escolar para crianças de 0 a 3 anos foi de 17,1%, enquanto para crianças de 4 a 5 anos chegou a 80,2%. Entre 6 e 14 anos, a taxa foi de 97,5%, e entre 15 e 17 anos, de 83,7%. Já na faixa de 18 a 24 anos, a taxa caiu para 29,4%.

Desafios municipais

Nenhum município do Pará alcançou 50% de taxa de frequência escolar na faixa de 0 a 3 anos. Magalhães Barata e Peixe-Boi foram os únicos municípios com taxa de 100% na faixa de 4 a 5 anos, enquanto Bagre registrou a menor taxa, com 44,87%. Na faixa de 6 a 14 anos, Primavera, Peixe-Boi e Curionópolis tiveram taxa de 100%, enquanto Bagre, Portel e Afuá ficaram com as menores taxas.

Os dados completos do Censo 2022 estão disponíveis no portal do IBGE (www.ibge.gov.br) e no Sistema IBGE de Recuperação Automática (sidra.ibge.gov.br).