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Novo salário mínimo deve injetar quase R$ 200 milhões no Pará

Descubra tudo sobre o salário mínimo no Brasil em 2024: reajuste, aumento real e impactos na economia e na renda da população.

Desde 1º de janeiro, o salário mínimo oficial no país é de R$1.518,00, um reajuste nominal de 7,50% e aumento real de 2,5%.
Desde 1º de janeiro, o salário mínimo oficial no país é de R$1.518,00, um reajuste nominal de 7,50% e aumento real de 2,5%. FOTO: DIVULGAÇÃO

Desde 1º de janeiro, o salário mínimo oficial no país é de R$1.518,00, um reajuste nominal de 7,50% e aumento real de 2,5%.

O reajuste aplicado corresponde à inflação de 4,84%, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE), para o período de dezembro de 2023 a novembro de 2024, acrescida do percentual de 2,5%. De acordo com o Dieese-PA, no ano de 2023 o valor do salário mínimo foi fixado em R$1.302,00, com aumento real de 1,41%. Já em janeiro de 2024, passou para R$1.412, com variação nominal de 8,45% e aumento real de 4,69% na comparação com janeiro de 2023.

IMPACTOS

Cerca de 59,9 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo, indica o Dieese Pará. Portanto, entre os impactos da elevação do salário mínimo na economia deste ano, estima-se que a renda adicional gire em torno de R$89,2 bilhões e a arrecadação tributária adicional de R$48 bilhões.

O departamento também aponta que o acréscimo de cada R$1,00 ao salário mínimo tem impacto estimado de R$365,9 milhões ao ano sobre a folha de benefícios da Previdência Social. Assim, os R$1.518,00 (R$106,00 a mais) significam custo adicional ao ano de cerca de R$38,9 bilhões. Na economia da região Norte, o Dieese Pará estima que com o novo aumento do salário mínimo sejam injetados cerca de R$385 milhões ao mês, envolvendo todos os sete Estados, alcançando aproximadamente 3,7 milhões de trabalhadores ocupados. No Estado do Pará, cerca de R$199 milhões deverão ser injetados.

Apesar disso, o supervisor técnico do departamento, Everson Costa, avalia que, considerando o custo de vida do paraense, o novo salário mínimo ainda não é o ideal para atender as necessidades básicas do trabalhador.

“A nossa grandeza econômica não tem uma relação direta com essa distribuição de renda dentro do Estado, tanto é que um dos maiores custos do trabalhador, da família, é com alimentação, considerando que estamos vindo de uma trajetória alta dos alimentos que compõem a cesta básica”, disse.

O supervisor técnico também avalia que mesmo que distante de suprir todas as necessidades, o novo salário mínimo consegue manter minimamente a condição de ganho em reposição inflacionária aos trabalhadores. Além disso, pontua que o Pará é o décimo segundo Estado que mais gera emprego no Brasil, por isso é preciso pensar num salário regional que eleve a condição do paraense.

“Pode-se começar a debruçar sobre isso, para o paraense ter acesso a bens e produtos, serviços, e sua própria condição de vida”, ressalta.