Quase três semanas se passaram desde o naufrágio da lancha Dona Lourdes II, que aconteceu próximo da ilha de Cotijuba, em Belém. A embarcação transportava irregularmente passageiros de Cachoeira do Arari e Salvaterra, no arquipélago do Marajó, para a capital paraense. Pelo menos 22 pessoas morreram no acidente e 66 sobreviveram. Uma criança de quatro anos continua desaparecida.
A tragédia só não foi ainda maior em virtude do ato heroico de pescadores de Cotijuba, que ajudaram no resgate das pessoas que estavam na baía de Marajó. Entre eles, está José Cardoso Lemos que salvou 50 passageiros.
O ato de bravura e solidariedade de Zezinho, como é conhecido na região, repercutiu internacionalmente. Hoje, dias depois da tragédia, o pescador ainda é lembrado por sua humildade e por ter ajudado sem exigir nada em troca. Embora um empresário tenha prometido presenteá-lo com uma casa, ele nunca teve a ambição ou ganância de cobrar pelas vidas que ajudou a salvar.
Zezinho e outros três pescadores serão condecorados pelo Governo do Estado do Pará, com a Medalha Ordem do Mérito Grão Pará, que é a mais importante honraria concedida pelo Executivo Estadual.
O decreto do agraciamento foi publicado na edição desta segunda-feira (26), no Diário Oficial do Estado (DOE) e foi assinado pelo governador Helder Barbalho (MDB). O texto da normativa destaca que os pescadores colocaram em risco a própria vida para salvar outras.
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“É dever do Estado do Pará tornar público seu reconhecimento àqueles que, muitas vezes com sacrifício pessoal, merecem a gratidão e admiração do povo e do Governo do Estado”, frisa o decreto publicado.
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Além de Zezinho, receberão a honraria os pescadores José Learte Lemos, José Carlos Santiago Lemos e Rubson Alesxandro Lemos.
Investigações
A tragédia continua sendo investigada pela Polícia Civil. O inquérito está em caráter sigiloso. O comandante da lancha Marcos de souza Oliveira, de 34 anos, está preso. O Governo do Pará irá abrir licitação para contratar uma empresa que vai retirar a embarcação do fundo da baía.
