Pryscila Soares
O Pará como um todo enfrenta um período de estiagem caracterizado por poucas ocorrências de chuvas e, consequentemente, muito calor. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet-Pará) aponta que os paraenses devem continuar enfrentando dias quentes até o final deste mês. Em Belém e região metropolitana, as temperaturas máximas devem variar entre 34°C a 35,5°C. As mínimas devem seguir oscilando entre 23°C a 24,5°C.
O cenário meteorológico é semelhante em áreas do Baixo Amazonas e nordeste do Estado. Já no sul, sudeste e sudoeste, as temperaturas máximas alternam entre 35°C a 37°C e as mínimas entre 24°C a 26°C, o que deve ocorrer, por exemplo, nas cidades de Altamira, Conceição do Araguaia, Marabá, Xinguara e Redenção.
“A estiagem prolongada culmina com uma maior penetração da radiação do sol devido haver pouca nebulosidade e, com isso, temos altas temperaturas sim. Deve permanecer ainda com poucas chuvas”, destaca o meteorologista da Seção de Previsão do Tempo do Inmet-Pará, José Raimundo Abreu.
O especialista ressalta que o Estado do Pará vem mantendo um padrão de altas temperaturas características deste período do ano. Mas, segundo Abreu, o calorão não é novidade por aqui. Ele explica que entre as décadas de 1971 a 1990 foram registradas as temperaturas mais altas comparadas com as observadas nos últimos meses. “Acredito que as maiores temperaturas serão registradas em alguns pontos do sul do Pará, que tem um regime pluviométrico diferente”, informa.
SUL DO PARÁ
Apesar de registrar as mais altas temperaturas, para Abreu, o início do período chuvoso deve começar no sul do Pará antes do restante do Estado. “Há um acúmulo de formação de nuvens em grande parte do sul do Pará. Em alguns dias pontuais, a temperatura cai um pouco mais. E a gente pode dizer que vai iniciar um período mais chuvoso, em algumas áreas, porque lá as chuvas começam com um alinhamento de nuvens que vem do sudeste do Brasil para o leste-sudeste da Amazônia e atravessam o Pará. É um fenômeno que a gente chama de Zona de Convergência de Umidade”, pontua.
ATRASO
Na região metropolitana, a média histórica de chuvas, calculada para o mês de novembro nos últimos 30 anos, é de 150 milímetros, equivalente a 150 litros de chuvas para cada metro quadrado da região. Do início do mês até ontem (21), já choveu 112 milímetros. “De dezembro ao início de janeiro, vamos continuar com um período seco, predominando o aquecimento das águas do Pacífico Equatorial e o próprio Oceano Atlântico ainda está um pouco mais aquecido. Em função do aquecimento das águas do Pacífico, o fenômeno El Niño vai persistir e vamos ter um atraso das chuvas”, acrescenta Abreu.